A consultora Fitch Solutions estima que os empréstimos bancários em Angola vão crescer apenas 4%, abaixo dos 27% de crescimento registado edm 2019. Como explicação, está a fraca procura e a relutância dos bancos em aprovar novos empréstimos, num contexto em que a degradação na qualidade dos activos deve reduzir os lucros.
No documento, enviado aos clientes, os analistas desta consultora detida pelos mesmos donos da agência de notação financeira Fitch Ratings escrevem que “a degradação na qualidade dos activos vai reduzir os lucros, ao passo que a forte depreciação cambial num contexto de forte exposição cambial no sector vai influenciar o capital dos bancos”.
No relatório, a Fitch Solutions prevê uma aceleração do crescimento do crédito para 7% em 2021, bem como uma melhoria nos lucros, mas alerta que “a fraca procura de crédito das famílias e a fraca qualidade dos activos vai continuar a colocar desafios ao sector bancário”.
O crédito mal parado, isto é, os empréstimos que não são pagos pelos clientes, subiu de 32,7% em janeiro para 34,5% do total dos empréstimos num contexto de “quebra de rendimentos e de lucros empresariais, que pesaram na capacidade dos clientes pagarem as suas dívidas”.
Isto, prevê a Fitch Solutions, vai fazer os bancos privilegiarem o sector público, mostrando relutância em emprestar ao setor privado. A consultora antevê uma queda do Produto Interno Bruto (PIB) de Angola de 4% este ano, recuperando para um crescimento de 1,7% em 2021, sustentado no aumento do consumo privado e das exportações, mas ainda assim o crescimento da actividade bancária vai continuar abaixo da média de 9,2% registada entre 2012 e 2019.
Fonte: Lusa