POC NOTÍCIAS | Ana Atalmira | geral@pocnoticias.ao | | Foto: DR
O peso do crédito a clientes na estrutura global de activos, em 2022, registou um aumento de 2 pontos percentuais face ao seu peso em 2021, passando de 18% para 20%, em resultado da prossecução de políticas para estímulo da concessão de crédito orientadas pelo Executivo e pelo BNA.
______________________________
Em contrapartida, o peso dos títulos e valores mobiliários manteve-se praticamente inalterado face ao registado em 2021, representando agora cerca de 34% do total da estrutura de Activos do Sistema Financeiro, fruto da exposição significativa dos Bancos nacionais à dívida pública angolana, de acordo com o estudo da Deloitte, apresentado hoje, 19, em Luanda, na 17ª edição do ‘Banca em Análise’.
Considerada a visão agregada, os resultados líquidos no sector bancário nacional caíram 13,6%1 face a 2021 para cerca de 367 mil milhões de kwanzas. Esta diminuição é explicada pelo agravamento dos prejuízos do BPC e pelo aumento nas imparidades em 2022, que cresceram 306 mil milhões de kwanzas face a 2021. A descida do resultado líquido do sector é atenuada pelo aumento significativo dos resultados cambiais que aumentaram em 2022 cerca de 421%, bem como pela melhoria na margem financeira que cresceu 6,3%1.
Por outro lado, o valor total dos activos dos bancos analisados equivale a 17 037 mil milhões de kwanzas no final do exercício de 2022, correspondendo a um crescimento de aproximadamente 4,3%, face ao exercício de 2021. Adicionalmente, o total de crédito líquido ascendeu a 3 480 mil milhões de kwanzas em 2022, o que corresponde a um aumento de cerca de 13%1 face a 2021, sendo que a variação entre 2020 e 2021 cifrou-se em 4,9%.
Na edição deste ano, os principais intervenientes do sector partilham as suas expectativas para o futuro do sector bancário nacional, em particular no que se refere à transformação dos seus modelos de negócio, bem como a temática da Cibersegurança.
“Acredito que os Bancos devem posicionar o cliente no centro do negócio, melhorando cada vez mais a experiência oferecida. Para tal, é necessário redobrar esforços no sentido de desenvolver modelos de negócio que privilegiem a diversificação da oferta, assegurando a geração de receitas, em estrito alinhamento com as necessidades dos seus clientes” refere o Presidente da Deloitte, José Barata, no Estudo, que elegeu a temática dos Clientes Bancários e respetivos desafios associados como o tema de capa da edição deste ano.