POC NOTÍCIAS | CARDOSO ALFREDO | geral@pocnoticias.ao | Foto: DR
Luanda – Os docentes do ensino superior das universidades públicas em Angola voltaram à greve, por tempo indeterminado, nesta segunda-feira (dia 27), três meses depois da segunda paralisação, ocorrida em Novembro de 2022.
Entre as causas da nova paralisação das aulas destaca-se o pagamento de salários condignos e a implementação do seguro de saúde, que constituem os principais pontos fracturantes do caderno reivindicativo dos professores.
Segundo o secretário-geral do Sindicato Nacional do Professores do Ensino Superior (SINPES), Eduardo Alberto, até ao momento, “não há pronunciamentos por parte do ministério de tutela” sobre os principais pontos que divergem nas negociações.
Em relação ao aumento salarial, o responsável referiu que o sindicato propõe que um professor catedrático ganhe dois milhões e 600 mil kwanzas, enquanto o professor estagiário deve ter um salário de Kz 1 500 000.
Recorda-se que nas últimas negociações, realizadas no final de 2022, o Ministério do Ensino Superior apresentou uma proposta de aumento salarial na ordem dos 6%, uma percentagem que não foi aceite pelo sindicato da classe docente.
Por outro lado, Eduardo Alberto reconheceu que, embora de forma reduzida, registou-se alguma evolução fruto das negociações realizadas, com atribuição de um subsídio para os cursos de investigação científica, cujas universidades vão beneficiar de 40 milhões de kwanzas, num universo de 500 ou 600 professores para cada universidade.
Apontou, igualmente, a reposta positiva do Governo em relação à formação contínua, com atribuição de 310 bolsas de estudos para os docentes.
Em reacção a nova paralisação das aulas, o secretário de Estado para o Ensino Superior, Eugénio Silva, alertou que o processo negocial deve ser encarado com seriedade e ponderação e pede tempo aos professores.
De acordo com o dirigente, este é um processo negocial complexo que envolve matérias muito delicadas e complexas, cuja resolução “não depende apenas do Ministério da Educação Superior, Tecnologia e Inovação, mas também o envolvimento de outros departamentos ministeriais”.
A greve anterior, que durou mais de 60 dias, foi suspensa a 1 de Novembro de 2022, porque os professores decidiram “dar um voto de confiança” ao Executivo, segundo o SINPES.