Encontro do PR da UNITA com altas figuras da política americana vai servir para reforçar a mobilização de apoios ao processo eleitoral, principalmente à observação internacional das eleições gerais de Agosto próximo.
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POC NOTÍCIAS: Pedro José Mbinza | geral@pocnoticias.ao | Foto: DR
O partido do Galo Negro não quer perder qualquer oportunidade para ascender ao poder, atingindo a alternância política este ano. A partir desta segunda-feira, 7 de Março, o presidente da UNITA, Adalberto Costa Júnior, efectua uma visita aos Estados Unidos da América. O convite foi feito por altas figuras da sociedade e da política daquele país de referência democrática a nível mundial.
A nota de imprensa publicada pelo secretariado da comunicação e Marketing do Galo Negro, refere que do programa constam encontros com diversas instituições e representantes da comunidade angolana.
O presidente Adalberto Costa Júnior vai aproveitar esta visita para reforçar a mobilização de apoios ao processo eleitoral, principalmente à observação internacional das eleições gerais de Agosto próximo, para que tudo corra num ambiente de tranquilidade, pluralidade democrática e de transparência.
A UNITA considera ser esta a única via para o desenvolvimento de Angola e proporcionador da dignidade para todos os angolanos.
Caso INDRA
UNITA diz que vai a tribunal para provar que a empresa selecionada pelo Governo para apoiar o processo eleitoral, a espanhola Indra, “tem antecedentes criminais contra a República de Angola”.
No passado dia 21 de fevereiro a UNITA informou que desconhecia o funcionamento da comissão avaliadora que selecionou a INDRA para apoiar as eleições angolanas, previstas para Agosto. Para o maior partido da oposição em Angola, o facto de a empresa saber como foi escolhida é “grave” e revela “conluio” com o regime.
As afirmações foram feitas à “Lusa” pelo líder parlamentar da UNITA, Liberty Chiyaka, que reafirmou que a formação política vai impugnar aquilo que disse ser um “simulacro” de concurso público. Segundo o dirigente, as recentes declarações de responsáveis da INDRA vêm confirmar a “podridão” do processo.
Recorde-se que caberá à espanhola INDRA, uma das principais empresas globais de consultoria e tecnologia, gerir as eleições gerais angolanas. Tal será feito através da sua filial Minsait.
O líder do grupo parlamentar da UNITA, Liberty Chiyaka, em conferência de imprensa, tinha lembrado que a Indra foi condenada pelo fisco espanhol a pagar uma multa de três milhões de euros “por faturas que não conseguiu justificar das eleições gerais angolanas de 2012”.
“Iremos provar que tal empresa ou grupo de empresas não vai resolver um problema concreto e fornecer uma solução tecnológica por si concebida e desenvolvida”, referiu.
Segundo Liberty Chiyaka, a solução já está pré-definida pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE) “e a empresa contratada servirá apenas de testa de ferro, branquear actos pré ordenados e actuar como simples agente de compras de artigos que não produz, como caixas de plástico para servir de urnas, cabines de cartão, frascos de tinta, ‘tablets’ e maços de papéis na forma de boletins de voto e cadernos de atas eleitorais”.
Reacção da INDRA
A INDRA já veio a público rejeitar as acusações de fraude da oposição angolana, tendo dito que foi escolhida por unanimidade por uma comissão que integra todos os partidos angolanos.
“A proposta da Minsait foi eleita por unanimidade na comissão avaliadora da Comissão Nacional Eleitoral (CNE) de Angola, integrada por representantes de todos os partidos políticos do país, ou seja, o mesmo partido que anuncia que vai impugnar a selecção da Minsait escolheu a proposta da Minsait”, disse uma fonte da empresa à agência de notícias “Efe”.
“Não confirmo que tenham estado representantes da UNITA. Não sabemos quem participou, não sabemos quem são os membros dessa comissão. Como é que a INDRA sabe? Essa declaração só mostra a podridão deste sistema que vem provar o conluio que existe entre a INDRA e o regime, por isso não tem condições para participar no processo eleitoral”, criticou Chiyaka.