Ordem de proibição veio através de um técnico daquele órgão de justiça que, de forma peremptória, disse ter sido mandatado a não passar palavra aos profissionais de imprensa. Questionado sobre as razões, o empregado do Tribunal disse não saber de nada e que só cumpria ordens.
POC NOTÍCIAS: Moisés Tchipalavela | geral@pocnoticias.ao |
Um técnico do Tribunal de Contas de Angola foi orientado, esta Terça-feira, 12, a não passar o microfone aos jornalistas convidados a cobrir o evento de comemoração dos 21 anos daquele órgão de Justiça que se celebram hoje.
A actividade decorreu, nesta Terça-feira, numa das salas de uma das unidades hoteleiras de Luanda, onde o órgão de justiça angolano deu um luxuoso almoço, digno de um país do primeiro mundo sem crise de fome que se assistem, todos os dias, na capital angolana.
Com a proibição a jornalistas de colocarem perguntas, o evento ficou marcado por sessões do tipo aulas ou exames orais para iniciantes a magistratura. Isto porque só os outros juízes conselheiros e alguns senhores podiam fazer o uso da palavra.
Na sala, estavam dois altos magistrados, nomeadamente a juíza conselheira presidente do Tribunal de Contas de Angola, Exalgina Gamboa, e o homólogo juiz conselheiro do Tribunal de Contas de Portugal, José Fernandes Farinha Tavares, além de outras sumidades do universo de justiça lusos e angolanos.
Nem com esta miríade de profissionais de Justiças, órgão que vela pela observância dos princípios e direitos fundamentais das pessoas, o serviço de protocolo do Tribunal angolano se poupou neste destrato a uma indústria que também é guardiã de todos os direitos e observadora das suas obrigações, a imprensa.
Questionado pelo grupo de jornalistas sobre de onde terá vindo a ordem de não colocação de perguntas, o técnico do Tribunal de Contas disse apenas ter recebido aquela orientação expressa dos seus superiores, sem mencionar nomes, cargos ou departamentos.
O POC NOTÍCIAS fez as devidas diligências para aferir quem terá mandatado aquele jovem oficial de Justiça (supomos nós), mas não teve respostas.
Um analista político contactado pelo POC NOTÍCIAS para falar sobre o facto disse não se justificar que um órgão que tem de prestar contas à sociedade fechar-se em copas e fugir às suas obrigações.