Nas redes sociais nascem dúvidas sobre os testes PCR ou zaragatoas de despistagem da Covid-19 que detectam outros coronavírus como os das “constipações comuns”. Em várias publicações garante-se que no corpo humano podem existir mais coronavírus e que estes testes PCR detectam qualquer um deles, mesmo os que causam constipações comuns, o que justifica o surgimento de muitos casos positivos.
Para o virologista Celso Cunha, “Ainda que existam muitos testes PCR os que são utilizados para encontrar o SARS-COV-2 foram desenhados para o detectar e são absolutamente específicos para este vírus em concreto”.
Ou seja, os testes pesquisam o material genético do SARS-CoV-2, o novo coronavírus que causa a Covid-19, na amostra colhida pela zaragatoa e nada mais. Na prática, estes “não são capazes de detectar os outros coronavírus sazonais, que causam vulgares constipações, nas condições experimentais que são utilizadas, muito menos qualquer outro vírus que pertença a uma família diferente dos coronavírus”, sublinha o especialista.
O Presidente da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública, Ricardo Mexia, afirma que não existe a possibilidade de se estar a diagnosticar Covid-19 que afinal era gripe. “Os testes PCR identificam material genético do vírus. Não quer dizer que entre outros vírus não possa haver uma reacção cruzada, mas tendencialmente são testes muito específicos.”, explica.
No final de julho, o Polígrafo analisou uma publicação alegando (falsamente) que a margem de erro dos testes à Covid-19 é superior a 80%. Na verdade, a taxa de sensibilidade dos testes é elevada, mesmo que seja impossível garantir sucesso nos resultados a 100%. Defeitos nos testes, contaminação ou má recolha de amostragens podem alterar os resultados do diagnóstico. E nenhum destes elementos está relacionado com a margem de erro original do teste.
Pode concluir-se que é falso que os testes PCR desenhados para a detecção do novo coronavírus originem muitos falsos positivos, resultados que estariam relacionados com o facto de estes exames laboratoriais alegadamente detectarem igualmente os vírus responsáveis, por exemplo, pela gripe sazonal.
Fonte: Polígrafo