Trata-se de um projecto desenvolvido no âmbito de uma parceria público-privada entre a Gemcorp Holdings (com 90% de participação) e a Sonangol Refinação (com 10%), sob supervisão do Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, simbolizando o compromisso governamental com a diversificação industrial e a soberania energética.
Com um investimento global de 473 milhões de dólares, esta primeira fase contou com 138 milhões disponibilizados directamente pela Gemcorp e pela Sonangol, e 335 milhões provenientes de um financiamento sindicado envolvendo instituições de relevo como a Africa Finance Corporation (AFC), Afreximbank, Industrial Development Corporation (IDC), Arab Bank for Economic Development in Africa (BADEA) e o Banco de Fomento Angola (BFA).
A unidade inicia operações com produção de gasóleo, combustível de aviação, fuel óleo pesado e nafta, garantindo fornecimento interno e alívio da balança comercial, fortemente pressionada pela importação de produtos refinados.
De acordo com dados oficiais, o projecto criou 3.300 empregos directos e mobilizou cerca de 200 empresas angolanas, com 90 empresas provenientes da província de Cabinda. A engenharia e construção ficaram a cargo da Odebrecht Angola, enquanto o fornecimento de equipamentos contou com mais de 500 empresas de 15 países, integrando soluções tecnológicas de ponta e práticas sustentáveis como o sistema zero flaring.
Destaca-se ainda o programa de capacitação técnica já em curso, que formou mais de 700 angolanos, com meta de atingir cinco mil quadros qualificados nos próximos 12 meses, reforçando a estratégia nacional de autonomização tecnológica e valorização do capital humano.
Segunda fase em curso e aposta na resiliência energética
A segunda fase do projecto já se encontra em execução, com o objectivo de duplicar a capacidade de processamento para 60 mil barris por dia, consolidando Angola como produtor e refinador regional com maior autonomia, resiliência e competitividade.
Segundo o Ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Pedro Azevedo, “a Refinaria de Cabinda é a prova inequívoca de que as parcerias entre o Estado e o sector privado são fundamentais para o desenvolvimento sustentável de Angola”.
O início comercial da operação será precedido por um período de testes de cerca de três meses, fase crítica para garantir o alinhamento com os mais exigentes padrões de segurança, eficiência e sustentabilidade ambiental.