Pandemia e crise económica têm estado a pressionar a actividade das companhias diamantíferas. Como resultado da fraca produção de diamantes, as receitas do tesouro encolheram 29% de Julho a Agosto deste ano.
POC Notícias: Damaro Manuel
Foto: DR
A produção de diamantes em Angola sofreu uma redução de 10% para um milhão de quilates em Agosto face ao total registado no mês anterior, muito por conta da pandemia que tem arrefecido a actividade industrial e dos demais sectores de actividade por todo lado, de acordo com números da Administração Geral Tributária (AGT) consultados pelo POC Notícias.
Com esta queda da produção diamantífera, as receitas para o Tesouro nacional também se ressentiram, tendo, por isso, registado apenas 11,7 milhões de dólares dos Estados Unidos, o que evidencia uma queda de 29% face às contas registadas em todo o mês de Julho.
Os dados do Fisco angolano referente a Agosto deste ano revelam ainda que, quando as gemas angolanas foram vendidas ao preço médio de 332 dólares por quilate, o volume de negociações caiu 28% em comparação a Julho.
Apesar desta queda quer da produção, quer das receitas, o acumulado dos sete meses de 2021, no que toca à produção, ficou contabilizado em perto de 6 milhões de quilates, num total de receitas para o Tesouro angolano avaliado em 42 mil milhões de Kz, correspondentes a 69,3 milhões de dólares ao câmbio desta Terça-feira, 28 de Setembro.
“O acumulado dos sete meses de 2021, no que toca à produção, ficou contabilizado em perto de 6 milhões de quilates, num total de receitas para o Tesouro angolano avaliado em 42 mil milhões de Kz, correspondentes a 69,3 milhões de dólares ao câmbio desta Terça-feira, 28 de Setembro”
Na visão de analistas do sector das pedras preciosas e afins, a pandemia tem estado a pressionar a produção de mineiros, e, enquanto não se vislumbrar uma redução de casos de contaminação por Covid-19, a tendência será de aumento.
Vale lembrar que as companhias diamantíferas, que, por via das suas produções e receitas com vendas das produções, foram convidadas, pelo Banco Nacional de Angola (BNA) a integrar o grupo de operadores do mercando cambial como vendedores directos de moedas estrangeiras aos 25 bancos comerciais.
Esta estratégia, em que também entram as petrolíferas e próprio Tesou Nacional, tem permitido que o banco central angolano consolide a sua estratégia de retirada do mercado de divisas, permitindo a efectivação do programa de flexibilização cambial.