Mateus Francisco fala das eleições marcadas para este ano e afirma que “Muitos líderes políticos vão querer procurar feitiço para ganhar as eleições”
_______________________________________________________________________________________________
POC NOTÍCIAS: Pedro José Mbinza | geral@pocnoticias.ao | Foto: DR
Em vésperas de eleições gerais, Angola tem vindo a registar constantemente um clima de tensão política que não facilita a edificação da democracia e a boa convivência entre os cidadãos que, obviamente, defendem posições e ideologias políticas totalmente diferentes, o que preocupa a sociedade civil e as entidades religiosas, tendo em conta que a igreja é chamada para dar o seu contributo na moralização da sociedade.
O Director do Centro de Evangelismo, Educação Cristã, Estudos Teológicos da Igreja Metodista Unida em Angola, reverendo Mateus Francisco, considera que o grande problema no nosso país é que as pessoas cristãs não estão a fazer o seu trabalho nos partidos políticos.
“Imagina uma o pessoa que ganhou através de forças escuras em frente do país? Diabo estará a governar, nós vamos sofrer. São as consequências da má escolha dos cristãos. O bom governante só está preparado para dirigir o país, quando respeita e uni a família na sua própria casa”
“Se os partidos políticos fazem o que nós chamamos mobilização para terem mais membros, também há necessidade dos cristãos fazerem campanha dentro dos seus partidos políticos para colocarem naquele sítios chaves do partido pessoas que respeitam Deus, têm temor de Deus, pessoas que amam o próximo que, quando ele subir, até prefere andar a pé para que o angolano mais desgraçado consiga ter água, luz e estradas em condições”, considera o pastor.
Angola precisa de líderes que temem Deus
Para o Coordenador da Pastoral Universitária da Universidade Metodista de Angola, precisa-se, de facto, de líderes, pessoas a frente do governo, das instituições do Estado que respeitam Deus e o próximo.
“O cristão faz parte da política e a política faz parte das nossas vidas, porque somos nós indicados por Deus que selecionámos as pessoas que amam o Senhor para estarem a nossa frente. O pior erro que provoca a actual tensão política que se vive no país é que uma boa parte dos líderes políticos a nível central, provincial e municipal não temem Deus, pensam simplesmente neles mesmos, não amam ninguém”, disse o pastor.
Corrupção e vandalismo
O Pastor aborda que o problema da corrupção resulta do egocentrismo afirmado que “por exemplo, esses nossos companheiros identificados pelo governo que prejudicaram o desenvolvimento do país roubando são pessoas que não têm respeito de Deus, não temem Deus, não amam Deus”, acusa.
O líder religioso acrescenta ainda que “Seja qual for o partido político no nosso país, se os cristãos que são membros desses partidos políticos votarem com emoção e não por amor, então teremos essas tensões, jovens a subirem nos símbolos da república, vandalizarem os bens públicos, partirem carros, atearem fogo na estrada, impedir com que os outros vão trabalhar”, alertou.
O reverendo acredita que uma pessoa cristã em nenhum momento vai fazer uma manifestação que vai prejudicar o próximo. O reverendo reforça que a manifestação é um direito constitucional, mas que quando um cristão o faz é com paz, harmonia e respeito às instituições.
Os líderes podem andar em casas escuras para ganharem
Durante a entrevista, o também professor da faculdade de teologia da referida universidade elevou os seus argumentos, afirmando mesmo que, assim que estamos a começar a campanha eleitoral, muitos líderes vão preferir procurar outros deuses ou casas escuras para conseguir feitiço para ganhar as eleições.
“Imagina uma o pessoa que ganhou através de forças escuras em frente do país? Diabo estará a governar, nós vamos sofrer. São as consequências da má escolha dos cristãos. O bom governante só está preparado para dirigir o país, quando respeita e uni a família na sua própria casa”, finalizou.
