O Governo disponibilizou 194 milhões USD para importar alimentos e 163 milhões USD para combustíveis em Maio, representando cerca de 35% das importações totais.
POC Notícias: Elmar Magno
Foto: D.R
O país continua a gastar amontoadas somas de dinheiro para comprar comida e combustíveis para o consumo da população. Só no mês de Maio deste ano foram gastos mais de 357 milhões USD para importar estes dois tipos de produtos.
Deste valor, mais de 194 milhões USD foram destinados a comprar alimentos como o arroz, feijão, frango e óleo alimentar para as famílias angolanas, e cerca de 163 milhões USD serviram para comprar gasolina, gasóleo e Jet-A1, que é o combustível para aviões.
O boletim económico, referente a Maio, do Banco Nacional de Angola, que só foi publicado esta semana, a que o POC Notícias teve acesso, aponta que houve um aumento nos gastos com combustíveis de 120%, ou seja, os gastos com combustíveis para o mês de Maio mais do que duplicaram, face o mesmo período do ano passado.
Por sua vez, os gastos com a alimentação registaram um acréscimo de 27%, fazendo com que, tanto as importações de combustíveis, como as de alimentação tivessem um peso de 35% na estrutura total das importações no mês em referência, enquanto que as importações de outros produtos tiveram um peso de cerca de 65% na balança de custos, segundo os nossos cálculos.
Especialistas do mercado nacional defendem que o executivo deve olhar e investir mais na produção interna, para competir com as importações e só assim se conseguir baixar os preços dos produtos alimentares, que tanto deixam o custo de vida dos angolanos cada vez mais alto.
Em declarações ao POC Notícias, o especialista em petróleo, Cristiano Dombel, salienta que uma das formas mais viável para o país sair da dependência da importação de derivados dos petróleos, principalmente os combustíveis, é reforçar os investimentos na construção de mais refinarias e recuperar a produção em grande escala das já existentes no país.
“Para o país sair da dependência da importação de derivados dos petróleos, principalmente os combustíveis, é reforçar os investimentos na construção de mais refinarias e recuperar a produção em grande escala das já existentes no país”
Relativamente ao valor das importações por sectores, até ao mês de Maio de 2021, o do sector não petrolífero foi de 3,5 mil milhões USD, representando 81,41% das importações totais, enquanto que o do sector petrolífero foi de 800,10 milhões USD, correspondendo a um peso de 18,59% sobre o total.
Em termos acumulados, o valor das importações cresceu 42,48% face ao período homólogo de 2020, o que quer dizer que o Governo gastou quase mais do que a metade registada em Maio do ano passado.
1 comentário
Ehhhh, esse governo já não ouve mais…
Assim vamos parar a onde?
Sempre com este gastos, sabendo que nas outras províncias tem muitos produtos a estragarem, porquê que não arranjam só as estradas?