POC NOTÍCIAS | CARDOSO ALFREDO | FOTO: DR
Luanda – A circulação dos moradores dos blocos 2 e 3 da urbanização Vida Pacifica, em Viana (Luanda), voltou a ser feita sem constrangimentos neste sábado (14), dois dias depois dos respectivos edifícios serem os mais afectados pelas inundações das águas da chuva.
A normalidade da mobilidade de pessoas e viaturas nestes blocos resulta do trabalho de evacuação/retirada das águas pluviais que caíram durante a noite de quinta-feira até na manhã de sexta-feira última, em Luanda.
De acordo com Marzella Cambongo, coordenadora do prédio 1 do bloco 3, de quinta a sexta-feira, o cenário era caótico, tendo em conta a quantidade de água que invadiu os passeios, as viaturas, os elevadores, o sistema eléctrico e a parte inferior dos edifícios, onde o nível da água atingiu mais um metro de altura.
Mas neste sábado, reconheceu, a situação melhorou significativamente, com evacuação das águas por parte da empreiteira das obras do sistema de drenagem das águas residuais e pluviais desta urbanização.
“Apesar do mau estar que os moradores enfrentaram, nos últimos dois dias, devo reconhecer o trabalho árduo da Omatapalo, empreiteira das obras, que se empenhou para evacuar toda água que se encontrava nas residências e na via principal do condomínio”, reforçou.
Em declarações à imprensa, durante uma visita de constatação liderada pelo ministro das Obras Públicas, Urbanismo e Habitação, Carlos Gregório dos Santos, a moradora avançou que, até ao momento desta reportagem, perto de 50 de viaturas estavam avariadas nos blocos mais afectados pelas inundações.
Além disso, referiu, os elevadores e a casa de electricidade também foram afectados, facto que provocou o corte de energia eléctrica em sete blocos (de 6 a 12), devido a paralisação desta infra-estrutura, cujos cabos deste equipamento foram totalmente “engolidos” pelas águas da chuva.
Quanto à responsabilização das viaturas danificadas em consequência das inundações, os moradores exigem que a empreiteira assuma os custos dos danos provocados pela chuva, por ser uma falha técnica cometida pela empresa Omatapalo.
“As inundações ocorreram devido a uma falha de operação cometida pelo empreiteiro das obras, que não accionou as bombas manuais em tempo oportuno, para evacuar as águas”
Por seu turno, o director nacional de infra-estruturas urbanas, Fernando Francisco, justificou que as inundações ocorreram devido a uma falha de operação cometida pelo empreiteiro das obras, que “não accionou as bombas manuais em tempo oportuno, para evacuar as águas”.
Em consequência desta falha, esclareceu, o poço que recebe as águas pluviais encheu e transbordou, facto que causou o alagamento da zona mais baixa da urbanização Vida Pacifica.
Na ocasião, o responsável explicou que o sistema de drenagem das águas pluviais deste parque habitacional comporta dois sistemas: manual e automático, sendo este último ainda não está em funcionamento, por estar em fase de conclusão, em termos de conexão à rede da ENDE.
Adicionalmente, prosseguiu, o sistema inclui um poço que recebe as águas pluviais, onde estão acoplados três bombas para encaminhar as águas numa bacia de retenção, que evacua para as lagoas da Zona Económica Especial (ZEE).
“O sistema de drenagem das águas pluviais da Vida Pacifica, cuja conclusão das obras está prevista para dentro de três meses, está bem concebido e funciona sem constrangimentos. No entanto, caso se accione as bombas no momento oportuno, esta urbanização já não voltará a registar inundações semelhantes”, assegurou.
Já o director de obras da Omatapalo, Carlos Silva, referiu que, apesar da avaliação preliminar efectuada, a empreiteira continua a trabalhar no sentido de apurar as reais razões que levaram a não activação das bombas no momento apropriado.
Assegurou também que a empresa está a trabalhar para que este quadro não se repita nesta e nas próximas épocas chuvosas.
As inundações na Vida Pacifica surgem três anos depois desta urbanização não registar cenários idênticos.
Por este facto, o titular da pasta das Obras Públicas, Urbanismo e Habitação, Carlos Gregório dos Santos, deslocou-se para esta urbanização, onde prestou a sua solidariedade às famílias afectadas e baixou orientações precisas aos responsáveis da empreiteira, com vista a solucionar o problema das inundações nesta urbe.