· Até 2030, os centros de dados globais poderão consumir aproximadamente 1.000 TWh de eletricidade, representando 4% do consumo global, impulsionados pelo crescimento acelerado da utilização de GenAI (Inteligência Artificial Generativa).
· O aumento da criação de conteúdos gerados por inteligência artificial, incluindo deepfakes, levanta preocupações sobre a autenticidade da informação e a segurança no ambiente digital.
· O sector de telecomunicações irá investir na modernização dos seus softwares de sistemas de suporte operacional e empresarial.
· Após atingir um pico em 2024, o número de subscrições de serviços de streaming por consumidor deverá começar a diminuir em 2025.
A inteligência artificial (AI) deverá em 2025 tornar-se mais acessível em dispositivos móveis: prevê-se que, em 2025, mais de 30% dos smartphones incluam funcionalidades de GenAI, enquanto cerca de 50% dos computadores portáteis terão capacidades de processamento local para esta tecnologia.
As conclusões são do estudo da Deloitte “Technology, Media & Telecommunications (TMT) Predictions”, que identifica 2025 como um ano determinante para a inteligência artificial generativa (GenAI) e para o sector de tecnologia, media e telecomunicações. O estudo destaca desafios técnicos e sociais que influenciarão a evolução destas áreas. O avanço tecnológico, que leva a um maior consumo de electricidade pelos centros de dados globais, é uma das questões centrais levantadas. Estima-se que este consumo duplique para 4% do consumo global até 2030, impulsionado pelo crescimento acelerado das aplicações de GenAI, que exigem mais energia do que outras utilizações.
O estudo revela ainda que o aumento da criação de conteúdos gerados por inteligência artificial, incluindo conteúdo com intuito malicioso, como os deepfakes, está a levantar preocupações acrescidas sobre a autenticidade da informação e segurança no ambiente digital. Como tal, e em linha com o que se está a verificar na área da cibersegurança, é esperado o desenvolvimento de tecnologias avançadas que permitam detetar e mitigar conteúdos manipulados e falsos.
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Para António Veríssimo, Partner e Líder da Indústria de Technology, Media & Telecommunications da Deloitte Angola, “a concretização do impacto destas tecnologias emergentes dependerá em larga medida da capacidade do sector para responder aos desafios inerentes às lacunas ainda existentes na adopção e utilização destas inovações. A título de exemplo, no que à AI e Gen AI diz respeito, será necessário ter em conta, entre outros, (i) o equilibrio dos investimentos já realizados, (ii) as capacidades dos agentes de AI, que deverão ganhar maior peso, e (iii) a gestão das preocupações em torno da gestão do consumo de energia dos centros de dados. Para além da Gen AI, são também esperados avanços significativos em cloud computing e na conectividade, que deverão trazer níveis de eficiência sem precedentes, novos modelos de negócio e experiências melhoradas para os consumidores. Estou convicto de que a forma como colectivamente abordarmos estes desafios irá definir o futuro não só da sociedade actual, mas das próximas gerações que se seguirão. ”
Para José Barata, Presidente da Deloitte Angola, “as organizações que operam no mercado nacional devem fazer investimentos significativos nos próximos anos quer em tecnologia que na capacitação dos seus quadros por forma a acompanhar a evolução que assistimos a nivel global”.
As principais tendências destacadas pela Deloitte para o sector das TMT a nível global em 2025 são:
Centros de dados enfrentam desafios energéticos com o crescimento da GenAI
De acordo com o estudo, os centros de dados representarão cerca de 2% do consumo global de eletricidade em 2025, uma percentagem que poderá vir a aumentar consideravelmente já que, até 2030, se estima que o consumo global poderá atingir os 1.0065 TWh anuais devido à procura gerada pela GenAI – passando para cerca de 4% do consumo global. Este aumento das necessidades de consumo cria desafios relacionados com a sustentabilidade, obrigando à procura de fontes de energia de baixo carbono.
A Deloitte aponta para um fosso crescente entre as necessidades energéticas dos centros de dados e as capacidades das redes elétricas, além de desafios relacionados com os objetivos de sustentabilidade das empresas. As soluções para mitigar esta tendência incluem a melhoria da eficiência energética de chips e algoritmos de AI, a optimização das aplicações de GenAI e a transferência do processamento para dispositivos periféricos, reduzindo a carga sobre os centros de dados.
Crescimento da GenAI em dispositivos móveis
O mercado de dispositivos móveis deverá continuar a crescer significativamente em 2025. A Deloitte prevê um aumento global de 7% nas vendas de smartphones, em comparação com 5% em 2024. Este crescimento será impulsionado pela introdução de funcionalidades de AI e GenAI nos dispositivos, elemento que deverá estar presente em mais de 30% dos smartphones vendidos em 2025. Nos computadores portáteis, a adopção será ainda mais acelerada, com cerca de 50% dos modelos vendidos a integrar capacidades de processamento de GenAI.
A integração da GenAI poderá ainda ser uma alavanca para a venda de dispositivos premium, com um estudo anteriormente divulgado pela Deloitte a indicar que 50% dos consumidores entre os 24 e os 45 anos considerariam actualizar os seus smartphones antecipadamente para ter acesso a funcionalidades de AI generativa.
Deepfakes como um desafio crescente de cibersegurança
O aumento da criação de conteúdos gerados por inteligência artificial, incluindo deepfakes, levanta preocupações sobre a autenticidade da informação e segurança no ambiente digital. A Deloitte prevê que, tal como acontece no âmbito da cibersegurança, serão desenvolvidas tecnologias avançadas para detectar e mitigar conteúdos manipulados. As empresas tecnológicas estão a adoptar algoritmos de aprendizagem profunda para identificar atempadamente situações de fraude, enquanto utilizam metadados criptográficos para validar a origem dos conteúdos.
Adicionalmente, é recomendada a implementação de medidas como autenticação multi-factor, formação e sensibilização dos utilizadores para a autenticidade dos conteúdos e os potenciais danos dos conteúdos falsos e cruzamento de fontes para mitigar os riscos associados a conteúdos falsificados. No entanto, com as tecnologias de detecção e análise de conteúdos a tornarem-se cada vez mais sofisticadas, será também importante garantir que estas medidas sejam tão discretas quanto possível para os utilizadores finais e consumidores, garantindo a integridade dos conteúdos sem comprometer a experiência do utilizador. Estas estratégias não só protegem contra ameaças, como posicionam as empresas como líderes na promoção de um ambiente de confiança e integridade no ecossistema digital.
O sector de telecomunicações vai investir na modernização dos seus softwares de sistemas de suporte operacional e empresarial
Historicamente, as empresas de telecomunicações têm dois conjuntos separados, mas importantes, de sistemas informáticos específicos para as telecomunicações: o software de suporte empresarial (BSS), que consiste essencialmente na gestão de encomendas de clientes, gestão de relacionamento com clientes e facturação, e o software de suporte operacional (OSS) que gere as ordens de serviço, o inventário de rede e as operações de rede.
A partir de 2025, prevê-se que as empresas de telecomunicações modernizem e automatizem estes sistemas, sendo esperado que comecem gradualmente a fundir-se, o que poderá conduzir a um acentuado crescimento do investimento associado a esse esforço. À medida que esta modernização acelera, os BSS e os OSS podem alcançar uma integração mais eficaz através de ferramentas como APIs e microsserviços, tirando partido de soluções definidas por software com base na cloud que estão disponíveis em configurações padrão prontas a utilizar e modulares. A longo prazo, poderá até haver uma integração do BSS e do OSS numa única plataforma, conduzindo a maior eficiência (incluindo uma redução de custos), novos fluxos de receitas, e à capacidade de tirar maior partido das tecnologias de Gen AI.
Plataformas de streaming em fase decrescente após pico de utilização
Após atingir um pico em 2024, o número de subscrições de serviços de streaming por consumidor deverá começar a diminuir em 2025. O estudo deste ano prevê que o “SVOD stacking” – a tendência de subscrever vários serviços de streaming de vídeo autónomos – tenha atingido o seu limite e comece a diminuir em 2025.
O mercado deverá estabilizar com dois a três operadores independentes por região, complementados por plataformas agregadoras que consolidarão conteúdos numa única oferta, replicando o modelo tradicional de fornecedores de televisão paga. Esta mudança pode reduzir os custos e criar um ecossistema de streaming mais sustentável.
Mais de 30 por cento dos smartphones vendidos em 2025 terão funcionalidades de GenAI integradas, revela estudo da Deloitte
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