A Igreja Kimbanguista inaugurou, no passado fim-de-semana, o maior templo religioso de Angola, situado no município da Camama, em Luanda. A cerimónia foi marcada por um ambiente de celebração e fé, contando com a presença de altas figuras do Estado. No entanto, as autoridades e os responsáveis da igreja não revelaram o custo da construção nem a identidade do financiador da obra.
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O templo foi erguido em tempo recorde de 1 ano e 6 meses, com capacidade para acolher mais de 20 mil fiéis sentados. A sua inauguração decorreu no sábado, 16 de Agosto, e coincidiu com os 50 anos de reconhecimento oficial da Igreja Kimbanguista em Angola, conferindo ao acto uma forte carga simbólica e histórica.
Estiveram presentes o Governador Provincial de Luanda, Luís Manuel da Fonseca Nunes, o Ministro da Cultura, Filipe Silvino de Pina Zau, bem como vice-governadores, autoridades culturais e religiosas, e outros convidados. A cerimónia foi presidida por Sua Grandeza Papá Kisolokele Kiangani Paul, líder da Igreja Kimbanguista em Angola.
O POC Notícias apurou apenas que houve financiamento, mas sem confirmação da origem dos fundos nem o valor total do investimento foram tornados públicos. Esta ausência de transparência levanta questões de interesse público, tendo em conta a dimensão da obra, o impacto social do projecto e a presença de entidades oficiais no evento.
No domingo, 17 de Agosto, teve lugar o primeiro culto especial no novo templo, com a participação de milhares de fiéis vindos de diferentes províncias e de igrejas irmãs. A celebração foi marcada por momentos de espiritualidade, cânticos e mensagens de união, esperança e renovação da fé.
Para a comunidade kimbanguista, a nova sede nacional representa a realização de um sonho há muito acalentado, mas para a sociedade civil, permanecem dúvidas legítimas sobre os custos reais da construção e os critérios de financiamento, num contexto em que a responsabilização e a transparência são exigências crescentes da cidadania.