Grupo Carrinho, através da sua subsidiária Gescesta, importou só numa semana um total de 65 mil toneladas de açúcar e milho, que foram descarregadas no Porto do Lobito, província de Benguela.
POC Notícias: Woth Massango
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Foto: D.R
Em nome da Reserva Estratégica Alimentar, o Grupo Carrinho, através da sua subsidiária Gescesta, importou 30 mil toneladas de açúcar na terça-feira e na quarta-feira mais 35 mil toneladas de milho foram descarregadas no Porto do Lobito, província de Benguela, a sede da empresa, totalizando 65 mil toneladas só numa semana.
Depois de já ter lá estado em Dezembro de 2019, no passado mês de Novembro, o Presidente da República, João Lourenço, inaugurou um complexo industrial da empresa. Na ocasião, e de acordo com uma nota publicada no site, a empresa prometeu reduzir em até 90% a importação de seis produtos de origem agrícola, incluindo o açúcar e o milho que a Gescesta importou esta semana.
“Constituído por 17 unidades fabris, o Complexo Industrial Carrinho já gerou cerca de 1000 postos de emprego, e fará, nos mais elevados padrões técnicos e de qualidade, o processamento de matérias-primas. O objectivo é a introdução de 1 milhão de toneladas de produtos diversos que integram a cesta básica no mercado do comércio de bens alimentares com a marca Tio Lucas, mas também estimular o aumento da produção nacional de milho, trigo, cana-de-açúcar, soja, feijão, arroz, entre outros, e concomitantemente, reduzir, até 90%, a importação de produtos acabados nesse domínio”, escreve o Grupo Carrinho no seu site.
“Entretanto, não é a primeira vez que um grande grupo empresarial é constituído com o objectivo de reduzir a importação, mas que depois acaba por andar a reboque das importações”
Quando foi inaugurada a BIOCOM em 2014, o grande objectivo era produzir açúcar e reduzir a importação deste produto, que é uma das principais matérias-primas da indústria de bebidas que, na altura, estava em ascensão. Naquele período, o consumo nacional de açúcar rondava as 300 mil toneladas e a BIOCOM comprometeu-se a produzir 250 mil toneladas. Até 2019, a BIOCOM nem produzia metade desta quantidade, pelo contrário, liderava o grupo de importadores de açúcar.
Enquanto que a BIOCOM precisou de mais tempo, o Grupo Carrinho Empreendimentos, em menos de dois anos, lidera o negócio da importação em nome da Reserva Estratégica Alimentar, comprometendo-se a colocar de imediato no mercado até 354.000 toneladas de alimentos, que poderá aumentar progressivamente até chegar às 520.000 toneladas, num conjunto de 11 produtos da cesta básica.
“Ministério da Indústria e Comércio realizou gastos para adquirir 500 viaturas(carrinhas) para transportar os produtos dos centros de stock da Reserva Estratégica Alimentar para os supermercados, lojas ou mercados”
Entre os produtos disponibilizados de imediato, destacam-se o açúcar – em sacos de 50 quilos, arroz – em sacos de 25 quilos e a coxa de frango – em caixas de 10 quilos, aguardando-se pela farinha de milho, de trigo e de mandioca, massango, óleo alimentar, feijão, arroz, sal iodizado, peixe seco e frango.
Entretanto, importa também salientar que o Ministério da Indústria e Comércio realizou gastos para adquirir 500 viaturas(carrinhas) supostamente para ajudar no escoamento dos produtos do campo para os principais centros de consumo, quiçá para reforçar a Reserva Estratégica Alimentar. Uma fonte ligada ao processo confidencia ao POC Notícias que as viaturas, afinal, servirão para transportar os produtos dos centros de stock da Reserva Estratégica Alimentar para os supermercados, lojas ou mercados.