POC NOTÍCIAS: Domingos Barros | geral@pocnoticias.ao | Foto: DR | EXCLUSIVO
Estado angolano conseguiu poupar cerca de 66% de fundos atribuídos para a aquisição de medicamentos e outros insumos.
A saúde é, assumidamente, prioritária e estratégica no Plano de Desenvolvimento Nacional do País para garantir o bem-estar de todos os cidadãos. Em três semanas, o POC NOTÍCIAS vai partilhar, em exclusivo, uma síntese de realizações do sector da saúde de Outubro de 2017 a Abril de 2022.
Segundo dados do relatório a que tivemos acesso, em Angola, existem 183 Serviços de Transfusão de diferentes níveis de complexidade, sendo um Instituto Nacional de Sangue, que é o centro de referência nacional, 18 Centros Provinciais de Sangue, 35 Serviços de Hemoterapia em Luanda entre instituições públicas, privadas e do sub-sistema militar e 130 dos Serviços Municipais distribuídos pelas 17 províncias.
O sector da saúde implementou o “Projecto Sangue Seguro” que permitiu a realização das actividades e melhorias em diversas áreas. “Melhoria na qualidade do atendimento a todos os níveis, desde equipamentos, reagentes e material gastável das instituições hospitalares públicas e algumas privadas”.
No âmbito deste projecto, foram montados 17 MiniVidas a nível do país, sendo 2 (dois) na província do Moxico e 1 (um) para cada uma das restantes províncias, com excepção de Cabinda que já possui 1 (um) MiniVida e Luanda com 2 (dois) ARCHITECT que cobrem as necessidades. Foram adquiridos e distribuídos 40 Banco de Sangue a nível das 18 províncias do país.
O documento destaca também que foram igualmente adquiridos e distribuídos 2.000.000 testes rápidos, sendo 1.000.000 testes para VIH e 1.000.000 para Malária, reagentes para o despiste de doenças transmissíveis por transfusão para o Instituto Nacional de Sangue (INS), Hospital Central do Huambo; Foi adquirido também o aparelho NAT e reagentes simultaneamente, para o despiste do VIH e das hepatites.
O documento que o POC NOTÍCIAS teve acesso refere ainda que foram distribuídos equipamento para realizar a separação de componentes no Hospital Geral de Saurimo, Hospital Municipal do Menongue, Hospital Provincial do Agostinho Neto (Namibe), Hospital Geral do Bengo, Hospital Regional de Malange, Hospital Geral do Luena.
De realçar, que além do referido acima, o relatório destaca que algumas hemoterapias melhoraram a prestação de cuidados transfusionais à população, “Reproduzido e distribuído material de divulgação para estímulo de doações; Reproduzido e distribuído o Guia de Hemoterapia para profissionais de saúde das diferentes unidades hospitalares do país; Entregues as motorizadas ao INS, aguardando pela documentação para posterior distribuição às diferentes unidades hospitalares do país, aquisição de reagentes, manutenção dos aparelhos miniVida e aquisição de equipamentos para retirada do plasma doentes recuperados do COVID-19 entre outras atividades.
Para a melhoria da assistência médica e medicamentosa, o sector recorreu a modalidade das compras agrupadas, através da Plataforma Electrónica do Serviço Nacional de Contratação Pública (SNCP) do Ministério das Finanças e, por intermédio das Agências das Nações Unidas, adquiriu medicamentos e produtos médicos para os programas da Malária, Tuberculose, VIH/SIDA, Doenças Negligenciadas, vacinas, Hipertensão e Diabetes.
Com este método no concurso público desde 2018, o sector da saúde tem realizado concursos públicos para aquisição de medicamentos, pelo que, foi possível poupar cerca de 66% de fundos atribuídos para a aquisição de medicamentos e outros insumos. “Os fundos remanescentes foram reencaminhados no concurso de 2019, com uma poupança de 78% que serviu para a aquisição de produtos.
Actualmente esta em curso novas aquisições de medicamentos, suplementos nutricionais, materiais de biossegurança e equipamentos para reforço do serviço nacional de saúde, deste modo foram adjudicados 15 lotes de medicamentos essenciais com maior enfoque nas necessidades nacionais dos cuidados primários de saúde.
Quanto às intervenções prioritárias na melhoria da saúde materno-infantil, estas estão fundamentalmente ligadas ao reforço dos cuidados primários da saúde, através da promoção da saúde, prevenção da doença e o tratamento das doenças mais correntes, que continuam a ser a nossa aposta e orientação.
“Em consequência, estamos a trabalhar para garantir em todas as unidades o acesso das populações, particularmente das mulheres e crianças, ao pacote integrado de cuidados e serviços de saúde. As intervenções contidas no pacote permitem reduzir a morbilidade e mortalidade por doenças mais frequentes que afectam as nossas crianças e mulheres grávidas, como por exemplo a malária, as doenças diarreicas agudas, as doenças respiratórias, malnutrição, o sarampo, o tétano, a poliomielite, a difteria, a tosse convulsa, a tuberculose e o VIH/SIDA, entre outras”, refere o relatório.
Relativamente à Saúde Infantil, 93% das Unidades Sanitárias dispõem de consulta de Atenção Integral à Criança (AIDI), quando a meta preconizada era de apenas 50%. Este desempenho deveu-se ao aumento de pessoal médico capacitado em AIDI, bem como ao reforço de Médicos Cubanos Especialistas em 153 dos 164 municípios existentes e que estão a especializar médicos angolanos em medicina familiar.
Ainda no domínio da saúde infantil, a administração de suplementos de Vitamina A teve uma cobertura de 65%, face à meta preconizada de 30%.
No âmbito da cobertura vacinal, foi possível intensificar a vacinação de rotina e melhorar as coberturas, tendo sido registado um aumento da cobertura da vacinação de rotina de 66%.
Um dos maiores investimentos do Estado é o financiamento desde 2018 da totalidade das vacinas no calendário nacional de vacinação, anteriormente co-financiadas pela GAVI e que permitirão reduzir substancialmente a taxa de mortalidade infantil.
Casos, óbitos e taxa de incidência da Tuberculose. Angola 2009-2021