POC NOTÍCIAS | Valdimiro Diogo | geral@pocnoticias.ao | Foto: DR
A flexibilidade e a confiança são as palavras chave associadas às principais tendências tecnológicas que irão impactar as empresas angolanas ao longo dos próximos dois anos. Com a tecnologia a assumir um papel determinante no futuro das empresas, a transformação digital representa uma nova arena de inovação e diferenciação entre os agentes económicos num contexto cada vez mais global e integrado.
Com base neste pressuposto, a Deloitte apresentou a 14.ª edição do estudo Tech Trends, que analisa as diferentes formas como as organizações se estão a adaptar e a recorrer a ferramentas tecnológicas cada vez mais poderosas para projectarem o seu futuro. A apresentação decorreu no Hotel Sana, em Luanda.
António Veríssimo, Partner da Deloitte, refere que “as tendências apresentadas no Tech Trends destacam a importância de as organizações explorarem novas abordagens e adoptarem tecnologias emergentes para serem mais competitivas, aprimorarem os seus modelos de negócio e melhorarem os ganhos operacionais. Integrar estas tecnologias em benefício do tecido empresarial e promover a inclusão tecnológica são pois factores cruciais para o desenvolvimento social, a diversificação e o crescimento da economia de Angola.”
Para Nuno Carvalho, Partner da Deloitte, “o Capital Humano, especialmente na área tecnológica, continua a ser um motivo de grande preocupação para as organizações, dada a escassez de profissionais altamente qualificados. Os processos de transformação digital são imperativos para que os negócios possam prosperar, demonstrando a necessidade de criar processos de atração, seleção e retenção de talento.”
A edição anual do Tech Trends identifica seis tendências que, juntas, fornecem uma estrutura para a evolução contínua em direcção a três estratégias: simplicidade, inteligência e abundância. Essas tendências deverão impactar os negócios nos próximos dois anos. Na sessão de apresentação do estudo foi dado especial destaque às três principais tendências que se prevê que causem maior impacto nas organizações Angolanas, nomeadamente:
• Flexibilidade, a melhor competência do Talento Tecnológico: o factor Capital Humano Tecnológico continua a estar no centro das preocupações das organizações tendo em conta a escassez de recursos qualificados e as dificuldades de retenção do Talento. A competição sobre quadros de pessoal TI qualificados e cada vez mais valiosos obriga a considerar mecanismos flexíveis de (i) avaliar e desenvolver as competências técnicas/humanas mais adequadas a cada momento no ciclo de inovação tecnológica, (ii) no processo de recrutamento, formação, requalificação do Talento e (iii) nos modelos de carreira que podem prever novos movimentos laterais entre diferentes tecnologias.
• Ganhar confiança na Inteligência Artificial (IA): é inequívoco o impacto da aplicação de tecnologias de IA nas organizações (aumento da eficiência, automatização de tarefas/processos, melhoria da experiência dos clientes, aumento da competitividade e inovação). Contudo, uma cada vez maior adopção de IA exige um progressivo aumento do grau de confiança que as organizações têm nos seus modelos de decisão, forma de tratar e gerar dados, resultados obtidos, etc. As organizações investem, pois, em mecanismos que permitam ter maior confiança na IA à medida que vão alargando a sua adopção aos novos modelos e processos de negócio: definir a amostragem de dados, fasquias da fiabilidade/erro, padrões de decisão e desempenho, grau de personalização das decisões, entre outros.
• Acima da Cloud: à medida que as organizações modernizam processos e impulsionam a inovação cada vez mais apoiadas em serviços e soluções tecnológicas baseadas em Cloud, a complexidade deste ecossistema vai aumentando pelo recurso a vários parceiros fornecedores, infraestrutura e software distintos. Torna-se, pois, necessário adoptar uma nova abordagem de metacloud a qual corresponde a uma camada de compatibilidade para serviços comuns, como armazenamento e computação, Inteligência Artificial, dados, segurança, operações, desenvolvimento e implementações de forma consistente e com controlo centralizado.
Durante a sessão foram também ilustradas as restantes três tendências, que se prevê que também possam no futuro próximo começar a impactar a realidade das empresas nacionais: Confiar em modelos de arquitecturas descentralizadas, a ligação dos mainframes às tecnologias emergentes e a utilização do Metaverso como forma de acesso à internet imersiva para as empresas.
No contexto do evento de apresentação do estudo Tech Trends, que juntou dezenas de organizações parceiras da Deloitte nos sectores Público e Privado, foi também anunciada a possibilidade de Angola utilizar as ferramentas disponíveis no hub do AI Institute da Deloitte, que visa contribuir para o desenvolvimento e partilha de casos de estudo para aplicabilidade de técnicas de Inteligência Artificial aos vários sectores da Economia com particular foco para o Continente Africano.