A conta corrente da balança de pagamentos de Angola registou no segundo trimestre de 2025 um saldo superavitário de 294,4 milhões de dólares (0,8% do PIB), mas sofreu uma contracção de 45,4% face ao trimestre anterior, segundo a Nota de Informação sobre Estatísticas Externas divulgada hoje pelo Banco Nacional de Angola (BNA).
De acordo com o banco central, o recuo deveu-se, sobretudo, à contracção da conta de bens em 8,6%, ao agravamento da conta dos rendimentos primários em 90,7% e ao aumento das transferências correntes em 0,5%. Este desempenho foi atenuado pelo desagravamento do défice da conta de serviços em 9,6%.
No mesmo período, a conta capital e financeira registou uma reviravolta significativa, passando de um défice de 955 milhões de dólares no primeiro trimestre para um superávite de 238,9 milhões de dólares, justificado pelo desempenho positivo dos fluxos líquidos do investimento directo.
Já a posição líquida do investimento internacional agravou-se em 638,9 milhões de dólares, reflexo do aumento dos passivos com não residentes, acrescenta a nota do BNA.
Apesar da desaceleração da conta corrente, o país mantém uma almofada financeira robusta. O stock de reservas internacionais atingiu 15 660,6 milhões de dólares no final de Junho, assegurando uma cobertura equivalente a 8,8 meses de importações de bens e serviços, nível considerado confortável pelos analistas internacionais.
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