O saldo da conta corrente de Angola manteve-se superavitário no primeiro trimestre de 2025, alcançando os USD 601,6 milhões, o que corresponde a 2,0% do Produto Interno Bruto (PIB). O desempenho representa uma expansão de 13,7% face ao trimestre anterior, conforme revela a Nota de Informação sobre Estatísticas Externas publicada pelo Banco Nacional de Angola (BNA).
Segundo o documento, esta evolução positiva foi sustentada, sobretudo, pelo desagravamento do saldo deficitário dos rendimentos primários e da conta de serviços, que diminuíram 38,7% e 3,2%, respectivamente. Ainda que o saldo da conta de bens tenha registado uma redução de 17,0%, o resultado global manteve-se positivo, reflectindo maior resiliência nas transacções correntes com o exterior.
Em contrapartida, a conta capital e financeira registou um défice de USD 625,9 milhões, o que representa, contudo, uma melhoria significativa face ao défice de USD 1 007,0 milhões observado no trimestre anterior. Esta evolução deveu-se, sobretudo, ao comportamento mais favorável dos capitais de médio e longo prazo, nomeadamente da dívida externa pública, e dos outros capitais, compostos essencialmente por créditos comerciais, adiantamentos e depósitos.
Outro ponto de destaque vai para a posição líquida do investimento internacional, que apresentou uma redução do seu défice em USD 4 019,5 milhões. Este resultado reflecte o aumento dos activos face a não residentes e a redução dos passivos com o exterior, sendo esta última componente a mais determinante.
Por fim, o stock de reservas internacionais atingiu os USD 15 767,6 milhões no final de 2024, assegurando uma cobertura confortável de 8,3 meses de importação de bens e serviços, um indicador crucial de estabilidade e segurança externa da economia nacional.
O desempenho global das contas externas no início de 2025 revela, assim, sinais de robustez e ajustamento positivo, apesar dos desafios estruturais e do contexto económico internacional ainda volátil.