O Comité de Política Monetária (CPM) do Banco Nacional de Angola (BNA) anunciou, em reunião realizada nos dias 20 e 21 de Janeiro de 2025, a manutenção das taxas de juro essenciais para a política monetária. As taxas de juro da Taxa BNA, da Facilidade Permanente de Cedência de Liquidez e da Facilidade Permanente de Absorção de Liquidez permanecem, respectivamente, em 19,5%, 20,5% e 18,5%.
POC NOTÍCIAS | ANA ATALMIRA | geral@pocnoticias.ao | Foto: DR
Uma das principais decisões da reunião foi a redução do coeficiente de Reservas Obrigatórias em moeda nacional de 21% para 20%. Com esta medida, o BNA visa injectar uma liquidez estimada em 100 mil milhões de Kwanzas no mercado, ajudando a alinhar as taxas do mercado monetário interbancário com a taxa diretora, promovendo assim maior estabilidade económica.
Em comunicado, o BNA refere que a economia nacional mostrou sinais positivos no terceiro trimestre de 2024, com um crescimento do PIB de 5,5% em comparação com o período homólogo. “Sectores como a produção diamantífera, a pesca e o transporte registaram expansões significativas, e o crescimento acumulado da economia até Setembro foi de 4,7%”, segundo o mesmo comunicado. O BNA projecta um crescimento do PIB de 4,4% em 2024, com destaque para o desempenho robusto do sector não petrolífero.
Em termos de inflação, a taxa anual fixou-se em 27,5% em 2024, apesar de um abrandamento observado a partir de Maio, quando as pressões inflacionárias começaram a ceder. Entre os factores que contribuíram para o aumento dos preços, destacam-se os ajustes nos preços dos transportes públicos, combustíveis e telecomunicações, além da escassez de alguns bens agrícolas devido a condições climáticas adversas.
No mesmo comunicado, lê-se que o mercado monetário também revelou uma expansão saudável, com a Base Monetária a crescer 14,53% ao longo do ano. O crédito à economia aumentou 32,77%, totalizando 6,06 biliões de Kwanzas em Dezembro. No comércio externo, Angola registou um superávit na conta de bens de 1,4 mil milhões de dólares em Dezembro, graças à redução das importações e ao comportamento favorável das exportações.
A redução das importações, em particular de bens alimentares e essenciais, refletiu uma tentativa de melhorar a balança comercial, embora as exportações tenham caído 1,83%, em grande parte devido à diminuição dos preços do petróleo. As reservas internacionais de Angola cresceram para 15,61 mil milhões de dólares no final de 2024.
Para 2025, o BNA prevê uma inflação de 17,5%, com base nas expectativas de melhoria da oferta de bens e serviços e na adequação das políticas monetárias às necessidades da economia. O PIB deverá crescer 3,5%, com especial destaque para o sector não petrolífero, que pode expandir até 4,24%, impulsionado pela demanda interna e pelas exportações líquidas.