POC NOTÍCIAS: Domingos Barros | geral@pocnoticias.ao | Foto: DR
Luanda – O Bureau-central Privada de Informação de Crédito S.A prevê, no final deste ano, anunciar os resultados da recolha de dados dos consumidores de diversos produtos e serviços junto das instituições credoras, visando a obtenção de informações diversificadas sobre o perfil dos clientes no mercado angolano.
O facto foi anunciado esta quinta-feira, em Luanda, pela presidente do Conselho de Administração desta instituição, Adriana Dias, que falava à imprensa, após o acto de apresentação pública da Central de Crédito aos órgãos de Comunicação Social.
Na ocasião, a PCA dessa instituição considerou a obtenção de dados dos consumidores como uma oportunidade para aumentar a disponibilização de crédito fora do mercado bancário, motivando o surgimento de outras empresas creditícias em Angola.
Para a gestora, a entrada em funcionamento da Central de Crédito vai facilitar os cidadãos a terem várias opções para adquirir bens móveis ou imóveis, assim como obter serviços de empresas a crédito.
Referiu que, em termos práticos, a instituição estará disponível a receber dados de pessoas físicas e jurídicas do país, visando diversificar as opções de crédito no mercado angolano. Ou seja, os bancos comerciais, seguradoras, empresas de energia, água e telecomunicações vão partilhar informações sobre o histórico dos clientes com a Central de Crédito, para evitar o crédito malparado na economia nacional.
Para Adriana Dias, a Central de Crédito servirá como um mecanismo de consulta, onde as empresas que fornecem produtos e prestam serviços a crédito poderão confrontar os dados de um determinado cliente que queira contrair um empréstimo ou receber um bem para pagar a prestação.
Por seu turno, Njunjulo António, director do gabinete jurídico da Agência de Protecção de Dados (APD) angolano, garantiu que esta instituição está apta para salvaguardar os direitos dos donos dos dados a serem partilhadas com a central de crédito.
“A partilha das informações dos clientes ou consumidores deve ser feita com consentimento do proprietário dos dados, para salvaguardar os direitos dos cidadãos e evitar eventuais fraudes”
Esclareceu que o regulamento angolano prevê a criação de mais de uma central de crédito de iniciativa privada, com vista a diversificar a actividade credora no país.
A Central Privada de Informação de Crédito S.A, primeira instituição do género em Angola, foi licenciada em Fevereiro de 2022 pela APD, entidade que supervisiona/regula a actividade desta instituição.