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Jovens recém-formados em carpintaria criaram centenas de bancos, cadeiras, mesas, camas e outros objectos, reaproveitando a madeira das paletes.
Um grupo de 10 jovens angolanos recebeu, na sexta-feira, 6 de Maio, na Baía-Farta, Benguela, os diplomas pela frequência e conclusão de um curso de carpintaria promovido pelo MCA Group, durante o qual criaram centenas de bancos, cadeiras, mesas, camas e outros objectos, reaproveitando a madeira das paletes que trouxeram para a região os painéis fotovoltaicos para os parques solares que o Grupo está a implementar na província.
A formação, com a duração de dois meses, foi ministrada por um técnico angolano na Marcenaria Ezequiel, Baía-Farta, uma das localidades onde um consórcio internacional liderado pelo MCA Group está a desenvolver parques fotovoltaicos que vão levar energia verde a milhares de famílias daquela região e do Biópio, contribuindo ainda para a inclusão social e emprego local.
Os formandos, recrutados localmente, recorreram às cerca de 515 toneladas de madeira de pinho das paletes oriundas da Suécia, e criaram 300 carteiras escolares, 20 bancos corridos duplos e 54 simples, dos quais 35 com encosto, cinco camas, quatro biombos, 20 prateleiras e cinco mesas, material que a multinacional de origem portuguesa irá distribuir por escolas, hospitais e outras entidades da região.
A formação ministrada e a oferta às comunidades dos objectos criados integram-se nas políticas de Sustentabilidade e de Responsabilidade Social do MCA Group, que tem apostado na qualificação do maior número de jovens angolanos nos locais onde opera.
Nas próximas semanas, o Grupo irá replicar esta formação no Biópio, com a reciclagem de mais de uma centena de paletes de madeira, para criar objectos que as comunidades necessitam.
Os parques do Biópio e da Baía-Farta integram o mais importante projecto de energia solar fotovoltaica em Angola, devendo ser ligados à rede eléctrica já no próximo mês de Julho. Lançado em Março de 2021, o empreendimento está a ser desenvolvido por um consórcio liderado pelo MCA Group que inclui a norte-americana Sun Africa, além de parceiros da Holanda, Coreia do Sul e Suécia.
O projecto integra mais cinco parques fotovoltaicos em Saurimo (Lunda Sul), Luena (Moxico), Cuito (Bié), Bailundo (Huambo) e Lucapa (Lunda Norte), que deverão começar a gerar electricidade renovável no início de 2023.
“No seu conjunto, os parques, compostos por um milhão de painéis solares, vão levar energia a cerca de 400.000 habitações, uma comunidade de aproximadamente 2,4 milhões de pessoas, incluindo em meios rurais”
Com uma produção na ordem dos 370 MWp, os parques vão permitir uma redução anual de emissões de perto de um milhão de toneladas de CO2e (dióxido de carbono equivalente) e uma poupança para Angola de cerca de 2,54 mil milhões de euros no seu período de vida útil, projectado para 20 anos, nomeadamente por via da eliminação da necessidade de consumo de 1,4 milhões de litros de gasóleo em geradores e produção térmica, com efeitos fortemente poluentes.
“Até ao presente, foram criados cerca de 860 postos de trabalho, sendo 97% exclusivamente nacionais”, lê-se num comunicado que o POC NOTÍCIAS teve acesso.
O MCA Group está empenhado na promoção da transição energética em Angola, preparando-se agora para lançar um novo empreendimento nesta área – a electrificação de 60 comunas em zonas rurais de Malanje, Bié, Moxico, Lunda Norte e Lunda Sul, levando energia de origem renovável a cerca de 203 mil lares e beneficiando mais de um milhão de pessoas.
O projecto, a dois anos, consiste na implementação de sistemas híbridos de geração fotovoltaica e de armazenamento de baterias de ião-lítio, assim como na criação de novas redes de distribuição de energia, e irá gerar ganhos económicos para o país e populações abrangidas avaliados entre 3,1 e 5,9 mil milhões de euros num período de 20 anos.