“Presidente se desloca com a sua comitiva de trabalho para a província do Cunene, usando do erário para as devidas despesas, até aí tudo bem. Hoje acordamos, e de repente o PR estava nas vestes do Presidente do MPLA”
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POC NOTÍCIAS: Pedro José Mbinza | geral@pocnoticias.ao | Foto: DR
Depois de algumas horas do lançamento da campanha pré-eleitoral do MPLA no município de Ondjiva, província do Cunene, no quadro das eleições gerais de Agosto deste ano, nas redes sociais começaram a surgir reacções de membros de partidos políticos na oposição, académicos e da sociedade civil.
Há quem está confuso se o presidente J0ão Lourenço foi a província do Cunene nas vestes de presidente da república ou presidente do partido. Mas vamos aos factos.
O Deputado da UNITA, Nelito Ekuikui, na rede social Facebook, partilhou este texto, intitulado “O BIOLO DA RES PÚBLICA”:
“Então, à presidência da República comunica a agenda de sua Excelência Presidente da República de Angola João Manuel Gonçalves Lourenço. O Presidente se desloca com a sua comitiva de trabalho para a província do Cunene, usando do erário para as devidas despesas, até aí tudo bem. Hoje acordamos, e de repente o Presidente da República estava nas vestes do Presidente do MPLA, e os restantes membros do executivo nas vestes de militantes. Assim estamos aqui a confundir os papéis, usaram do dinheiro público para fins partidários. Nós já chamamos atenção sobre ser o Presidente da República e ao mesmo tempo o Presidente do Partido. Depois da visita na província do Cunene, a população está em dúvidas, não sabem quem de facto terá feito a inauguração. Daqui para aqui, é mesmo só com orações”, escreveu Nelito Ekuikui no seu perfil do facebook.
Quem também apresentou o seu descontentamento em relação à viagem de presidente João Lourenço é o renomado jurista e professor da Universidade Católica de Angola, Benja Satula.
“Quer transparência na gestão da coisa pública? Então não permita que o Presidente da República faça viagens com recursos públicos e pelo meio veste o traje partidário para lançar a pré-campanha, a isso chama-se “enriquecimento partidário ilicito” pois o seu partido poupa despesas com deslocação e hospedagem #QuovadisAngola# Professores universitários e médicos em greve e ninguém lhes liga nenhuma! “O país tem rumo”.”, manifestou nas redes sociais o professor da universidade Católica.
João Lourenço lança acusações ao partidos da oposição
Durante o seu discurso no lançamento da campanha pré-eleitoral, João Lourenço colocou a oposição numa frescura, afirmando que único programa de nação que eles têm é mobilizar alguns jovens radicais das cidades, dar-lhes meia dúzia de tostões para irem comprar uma cerveja, se calhar algo mais do que isso, para cometer actos de vandalismo.
“Este é o programa de governação que, infelizmente, a nossa oposição tem. Então, quem quer cativar o voto do povo, destrói o povo?, Destrói autocarros usados pelo povo para se movimentar? Acha que isso é de alguém esperto? A resposta não se fez esperar. Um não em uníssono veio da multidão. Que nome se deve dar a quem assim procede? Sem voltas à cabeça, a multidão respondeu: burro. Os adversários políticos do MPLA querem combater o partido, destruindo as suas infraestruturas, queimando as sedes, mobiliários e partir as paredes. Mas esquecem que a organização não são as paredes e sim as pessoas. Eles deviam compreender que a violência não lhes vai levar a nada. Se eles acham que o caminho certo é este, destruir os comités do MPLA, podem destruir mais cem. Nós vamos construir mil. E não vamos pagar pela mesma moeda, porque não somos iguais a eles”, assegurou João Lourenço.