O representante regional da FAO para a África, Abebe Haile-Gabriel, declarou recentemente que o crescente desaparecimento das florestas custam para África uma perda anual de 3% do PIB. Segundo ele, 60% dos Africanos dependem das terras e florestas.
POC Notícias: Ana Atalmira
Foto: D.R
A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, FAO, divulgou durante a Semana Climática, que coincidiu também com a Década do Ecossistema das Nações Unidas, a edição 2021 da Revista da Restauração Florestal e Paisagística da África. Durante o evento de lançamento, o representante regional da FAO para a África, Abebe Haile-Gabriel, declarou que o crescente desaparecimento das floresta custam para África uma perda anual de 3% do PIB.
O responsável disse também que 60% dos Africanos dependem das terras e florestas e declarou que “as paisagens florestais degradadas intensificam os efeitos da mudança climática e são uma barreira à construção de comunidades prosperas e resilientes”.
O continente tem 1 bilhão de hectares de terra seca, dos quais 393 milhões precisam de renovação nas Grandes Áreas Verdes da África. Ao que apurou o POC Notícias, uma parceria AFR100 comprometeu 31 governos africanos a restaurar 100 milhões de hectares até 2030, e o desafio foi superado.
“Estima-se que a África tenha 132 milhões de hectares adicionais de terras aráveis degradadas, que combinado às mudanças climáticas, tornam milhões mais vulneráveis”
Para a especialista florestal sénior da FAO, Nora Berrahmouni, estender-se muito além do plantio de árvores, restauração de florestas e paisagens perdidas é de grande benefício à produção alimentar sustentável, construção de resiliência e redução de riscos de desastres.
Berrahmouni, que é também uma das autoras do estudo, aconselhou os países africanos e parceiros a aumentar os esforços na restauração florestal e de paisagem como solução viável ao aquecimento global. “Embora seja um processo de longo prazo, é uma solução sustentável e voltada ao futuro”, acrescentou.
FAO lança edição 2021 da Revista da RFPA
A edição 2021 da Revista da Restauração Florestal e Paisagística da África foi lançada durante a Semana Climática. Trata-se de uma edição que aponta o progresso demorado na restauração das terras degradadas no continente. A Revista recomenda mais acções para aproveitar a oportunidade do continente em devolver a terra à produção sustentável, a proteção da biodiversidade e dos meios de subsistência na luta contra as alterações climáticas.
A revista indica que mais de 65% da terra produtiva está degradada e a desertificação afecta 45% do território africano. Isto num momento em que a tendência geral desce, com 4 milhões de hectares florestais desaparecendo a cada ano.
“As paisagens florestais degradadas intensificam os efeitos da mudança climática e são uma barreira à construção de comunidades prosperas e resilientes”
Segundo o web site do ApoGroup, as terras secas são cada vez mais vulneráveis às alterações climáticas e o seu restabelecimento é uma prioridade para a adaptação e construção de sistemas alimentares resilientes e sustentáveis.
O mesmo site destaca ainda que os projectos analisados pela FAO têm uma forte dimensão da mudança climática, que não só visam sequestrar o carbono, mas também criar emprego e reduzir a vulnerabilidade das pessoas rurais à insegurança alimentar”,