OPINIÃO
TEXTO: Celso Malavoloneke
Semanas após ter-se comprometido nesse sentido, a gigante de tecnologias de informação e comunicação Huawei realizou uma acção de capacitação em em tecnologias de informação e comunicação de última geração aos técnicos do Serviço de Tecnologias de Informação e Comunicação (SETIC) das Finanças Públicas, órgão do Ministério das Finanças cuja missão assenta em estabelecer normas e padrões para as infra-estruturas tecnológicas e o seu desenvolvimento. A acção de treinamento foi encerrada a 22 de Julho corrente.
Tenho defendido que esta é a parceria público-privada (PPP como agora se diz) mais sustentável e com maior capacidade de pernas para andar: o investimento nos angolano/as, principalmente nos jovens. Por dois entre vários motivos: o primeiro porque aumenta no Saber das novas gerações tornando-as assim mais competitivas num Mundo cada vez mais “tecnologizado” e segundo porque isso permite aos quadros nacionais e ao País tornarem-se donos da tecnologia para lá do período da duração das parcerias. Aliás, o segredo do êxito da própria China, país de onde vem a Huawei é precisamente esse. O domínio local das tecnologias essenciais para o desenvolvimento do seu país.
Angola caminha rapidamente para a presença em todo o país da tecnologia da Internet de quarta geração (4G). Com a globalização do conhecimento nada, mas nada mesmo impede que que, até finais de 2022 a tecnologia 5G não esteja em uso no país, facilitando enormemente processos não só de informação e comunicação como a robótica, automatização e controlo remoto de acções mecânicas. É por isso que esse “push” para que os jovens estejam alinhados com essas tecnologias de ponta é extremamente estratégico para a Angola que queremos construir nas próximas décadas.
No que se refere especificamente ao Ministério das Finanças, já são visíveis os efeitos positivos do uso acrescido e eficiente das TICs na vida dos cidadãos, sobretudo dos funcionários públicos, a maioria dos trabalhadores. Com a adopção e implementação da plataforma SIGFE (Sistema Integrado de Gestão das Finanças do Estado) através do qual todas as transacções das finanças públicas são feitas, acabaram-se os arreliadores atrasos dos salários, desvio de documentos e, principalmente os desvios e descaminhos de fundos. Aliás, acontecimentos recentes vieram precisamente mostrar se mais provas fossem necessárias que esses descaminhos só acontecem nos poucos sectores ainda não abrangidos pelo SIGFE. Dali que é a todos os títulos vantajoso que os quadros do MINFIN se capacitem cada vez mais no domínio do último grito das tecnologias de informação e comunicação. O que nesta parceria com a Huawei está a acontecer.
Não estranha por isso, como escrevi noutras ocasiões, que a abordagem desta empresa encontre o maior acolhimento entre os mais altos escalões do Estado angolano. Mesmo sabendo que essa capacitação é a porta de entrada para os produtos que oferece, ou talvez por isso mesmo, denota-se um entusiasmo geral nessa abordagem de PPP. E porquê? Por causa dessa componente da formação. Dá-lhe outra robustez e traz claras vantagens para todas as partes envolvidas. É o que na língua inglesa chama-se “win-win approach”, uma abordagem em que todos saem a ganhar.