Num discurso firme e direccionado aos principais decisores mundiais, o Presidente da República de Angola, João Lourenço, na qualidade de dirigente em exercício da União Africana, utilizou a Cimeira do G20 em Johanesburgo para reafirmar a ambição africana de se posicionar como actor decisivo na economia global.
POC NOTÍCIAS | EMANUEL DOMINGOS | geral@pocnoticias.ao | Foto: DR
Ao destacar a criação da Zona de Comércio Livre Continental Africana (ZCLCA), Lourenço sublinhou que o continente está a dar um passo estruturante para transformar a sua presença no comércio mundial. A iniciativa, lembrando que a ZCLCA criará um mercado estimado em 3,4 triliões de dólares, foi apresentada como um motor para um crescimento mais resiliente, inclusivo e essencial à estabilidade das cadeias globais de abastecimento.
Perante os chefes de Estado e de Governo presentes, o líder angolano apelou a que a ZCLCA seja encarada como “uma contribuição essencial para a estabilidade do comércio mundial”, e não apenas como um projecto africano. Reforçou ainda o compromisso do continente com o multilateralismo e renovou o apelo a reformas profundas na Arquitectura Financeira Internacional, bem como ao reforço do sistema global de comércio baseado em regras, em coordenação com o processo de reforma em curso na Organização Mundial do Comércio.
João Lourenço lembrou que a integração formal de África no G20 confere ao continente um novo estatuto geopolítico, ampliando a sua capacidade de influência num cenário internacional em mutação. A presidência do G20 pela África do Sul, que decorre até Novembro de 2025, acrescenta peso político ao bloco africano num momento considerado decisivo, a cinco anos do prazo estabelecido pela Agenda 2030 das Nações Unidas.
Num aviso dirigido às grandes economias, o Presidente angolano enfatizou que as actuais dinámicas económicas e sociais exigem um reforço imediato do diálogo global sobre crescimento económico inclusivo e sustentável, alinhado tanto com a Agenda 2063 da União Africana como com a Agenda 2030 da ONU. “África encontra-se no centro dos esforços geopolíticos, económicos e sociais”, afirmou, ecoando o apelo do continente para que a comunidade internacional reconheça a sua relevância estratégica e o seu potencial de transformação.
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