O ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro foi conduzido, na manhã deste sábado, à Superintendência da Polícia Federal, onde permanece em prisão preventiva. A medida, segundo despacho do magistrado, visa “garantir a ordem pública perante o risco de aglomeração e para o próprio preso”, depois de autoridades identificarem movimentações de apoiantes que poderiam repetir estratégias utilizadas na tentativa de golpe anteriormente investigada.
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal deverá deliberar na próxima segunda-feira, entre as 8h e as 20h, se mantém ou revoga a prisão preventiva. A sessão foi convocada pelo próprio Moraes, que exigiu urgência na análise do caso.
A operação desta manhã incluiu a presença de agentes da Polícia Federal na residência de Bolsonaro, em Brasília. A PF solicitara a prisão preventiva após detectar um chamamento público para vigílias, feito pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-chefe de Estado. O apelo, difundido com recurso a textos bíblicos, pedia uma mobilização permanente “pela liberdade do pai”, o que, na avaliação dos investigadores, poderia gerar grandes concentrações de pessoas em frente à casa de Bolsonaro, criando riscos para o próprio e para terceiros.
Na decisão, Moraes recorda episódios anteriores de vigílias em quartéis durante a trama golpista e alerta para o potencial de uma nova aglomeração dificultar o cumprimento de ordens judiciais, incluindo eventuais detenções.
A prisão agora decretada não está relacionada ao cumprimento da pena imposta pelo STF no processo da tentativa de golpe. Jair Bolsonaro foi condenado a 27 anos e três meses de prisão, encontrando-se até então em regime de prisão domiciliária com tornozeleira electrónica. A defesa dispõe de prazo até segunda-feira, às 23h59, para apresentar contestação formal à condenação no Supremo Tribunal Federal.





