Numa publicação distribuída aos clientes, durante a 4ª edição do briefing económico em webinar, o Standard Bank indica que nas últimas semanas o mercado apresentou um aumento substancial da liquidez em moeda externa, pelo que foi revista para baixo a expectativa de taxa de câmbio para o fecho do ano, de 688.9 kwanzas por dólar para 650.2 kwanzas.
A moeda nacional, kwanza, pode estar subvalorizada, considerado a correcção a que esteve sujeita desde o princípio de 2018 e o progresso nas reformas estruturais, admitiu Fáusio Mussá, economista-Chefe do Standard Bank Angola e Moçambique, durante a 4ª edição do briefing económico em webinar, realizado pelo banco em Luanda, na passada sexta-feira, com o objectivo de apresentar os resultados da pesquisa macroeconómica feita pela instituição.
Numa publicação distribuída aos clientes, o Standard Bank indica que, nas últimas semanas, o mercado apresentou um aumento substancial da liquidez em moeda externa, pelo que foi revista para baixo a expectativa de taxa de câmbio para o fecho do ano, de 688,9 kwanzas por dólar para 650,2 kwanzas. Para o final de 2021, aponta a instituição, a expectativa é de um câmbio de 724,7 Kwanzas por Dólar, contra um nível anteriormente previsto de 853.1 publicado em Setembro do ano em curso.
Por outro lado, o economista-chefe considera que o compromisso com as reformas estruturais marcou uma avaliação satisfatória no programa com o FMI, tendo em conta várias medidas que foram implementadas por parte do governo angolano. “Estes factores, combinados com o resultado esperado das negociações em curso com alguns dos maiores credores bilaterais, poderão significar um alívio no uso das reservas externas e permitir uma consideração de que a dívida é sustentável, mas sujeita a fragilidades”, referiu Fáusio Mussá.
O Standard Bank perspectiva que a forte queda das importações e a estabilização do preço do petróleo deverão ajudar a melhorar a conta corrente da Balança de Pagamentos, de um défice de 2,2% do PIB esperados este ano, para um superavit de 3,9% do PIB no próximo ano, o que poderá concorrer para uma menor depreciação do Kwanza.
Neste evento – em que participaram 345 pessoas, entre reguladores, instituições públicas e representantes do sector privado, que se juntaram a partir de Angola e de outras regiões do mundo – foi reforçada a incerteza da pandemia, bem como as fracas perspectivas de Angola escapar da prolongada recessão que remonta a 2016. Contudo, os participantes do briefing acreditam que as reformas estruturais que têm sido levadas a cabo pelo Executivo, visando melhorar a resiliência da economia a choques, poderão contribuir para o crescimento económico a médio prazo.