No 1.º Simpósio de Cirurgia Artroscópica esteve em debate os avanços e desafios na cirurgia artroscópica, e as mais recentes técnicas e inovações na área. Promovido pelo Luanda Medical Center (LMC), em parceria com a Sociedade Angolana de Ortopedia e Traumatologia (SAOT), o evento teve lugar no sábado, 27 de Julho e reuniu mais de 50 especialistas e profissionais de ortopedia.
“A cirurgia artroscópica é uma técnica cirúrgica minimamente invasiva, realizada numa articulação (ombro, cotovelo, punho, anca, joelho e tornozelo), que tem sido amplamente utilizada em todo o mundo, tornando-se um ramo indispensável da ortopedia moderna. Neste sentido, é crucial partilhar o conhecimento desta técnica, partilhar as habilidades, disseminar e divulgar as novas competências deste procedimento a outros colegas ortopedistas e, consequentemente, melhorar a oferta de serviços mais inovadores e tecnológicos aos nossos clientes”, refere Manuel Dolongo, ortopedista do Luanda Medical Center.
Entre as vantagens da cirurgia artroscópica, Manuel Dolongo destaca “um menor nível de dor no processo pós operatório, dado que as incisões na pele do doente são menores, registando-se ainda uma reduzida incidência de infecção nestes procedimentos. É uma técnica que nos permite tratar muitas lesões articulares com menor morbilidade, sendo que diminui consideravelmente a estada no hospital, ou seja, o doente, em geral, vai para casa no mesmo dia do procedimento ou no dia seguinte. Além disso, os tempos de recuperação são significativamente mais curtos, em que o doente se restabelece mais rapidamente e logo retorna às actividades da vida diária”.
Embora as inovações em cirurgia ortopédica ofereçam benefícios substanciais, a implementação global pode ser limitada por várias barreiras, como financeiras, falta de infraestrutura e desigualdades regionais (equipamentos/dispositivos), e necessidade de formação e treino continuado.
“Temos ainda os desafios ligados ao sistema de saúde, isto é, o sistema de saúde privado e o público, de modo a utilizar essas novas tecnologias e a garantir a acessibilidade global a essas inovações, assim como os desafios relacionados com o próprio doente, como as questões sociais e culturais. Superar estas barreiras requer esforços colaborativos entre profissionais de saúde, investigadores, formuladores de políticas (seguradores) e partes interessadas na indústria”, defende o ortopedista.
No I Simpósio de Cirurgia Artroscópica foram debatidos os temas: ‘Cirurgia artroscópica do ombro: conceitos anatómicos e geral do reparo da coifa’; ‘Ressonância magnética do joelho: o que o ortopedista deve saber?’; ‘Cirurgia artroscópica do joelho: conceitos gerais de reconstrução de ligamento, sutura meniscal, sutura da raiz do menisco’; ‘Instabilidade do joelho: reconstrução multiligamentar – como faço?’; ‘Equipamento artroscópico: dispositivos seguradores e melhoria do ambiente para prestadores’; entre outros.
As mais recentes técnicas e inovações na área passam pelo desenvolvimento dos dispositivos e implantes, a cirurgia artroscópica de pequenas articulações, a técnica de reconstrução do ligamento cruzado anterior e posterior All-Inside, com materiais bioabsorvíveis, biocompostos, não absorvíveis e titânio, a técnica inovadora de sutura meniscal em All-Inside com implantes específicos (FiberStitch), e a reconstrução de lesão de bankart em associação à Remplissage para tratamento da instabilidade do ombro.