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André Afonso, Partner da EY Angola, disse hoje, 10 de Maio, no Fórum Energia e Ambiente, em Luanda, que é necessário um investimento no sector da Energia em Angola na ordem dos 106 mil milhões de dólares até 2050, dos quais entre 15 a 20 mil milhões devem ser investidos até 2030.
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Durante a sua apresentação, sob o mote ‘A participação dos privados na matriz energética nacional’, André Afonso alertou que “as energias renováveis têm sido um dos sectores mais bem sucedidos na utilização de fundos públicos para mobilizar financiamento e investimento privados. Isto tem alimentado um crescimento sustentado (de dois dígitos) das energias renováveis nas últimas décadas. No entanto, os progressos têm sido desiguais e particularmente negativos na África Subsariana”.
O responsável destacou ainda a importância da parceria G7-África, referindo que “a parceria G7-África poderá ajudar a acelerar e reforçar o desenvolvimento sustentável e resiliente em África. O papel do G7 em África passa pelo aumento das infra-estruturas e por permitir o acesso ao financiamento, dar suporte na gestão eficaz de minerais críticos para a transição energética, expandir o acesso à energia e apoiar a utilização produtiva da energia, e reforçar os quadros e capacidades institucionais.”, afirmou.
Na apresentação foi ainda abordada a perspectiva da evolução da taxa de electrificação em Angola, que em 2023 estava em 43%. Estima-se que, em 2030, esta taxa aumente para 53% e, em 2050, para 72%, o que significa que, em 2050, se conjugado com o aumento esperado da população, “teremos 3,4 vezes mais população angolana com acesso a electricidade face a 2023”.
Na sua sua intervenção, o Partner da EY Angola considerou que o sector privado pode desempenhar um papel importante no desenvolvimento de infra-estruturas, complementando a acção do sector público e ajudando a resolver alguns dos desafios financeiros e operacionais que podem impedir a construção de infra-estruturas necessárias.
Para André Afonso, o Estado deve investir de forma clara na mitigação do risco para os investidores. “A intensidade da transferência de risco pode definir o modelo de participação do sector privado na entrega de infra-estruturas. Um modelo em que o sector privado assume a maior parte dos riscos financeiros e operacionais é conhecido como uma parceria público-privada (PPP) completa, enquanto um modelo com menor transferência de risco é chamado de abordagem de contrato de prestação de serviços”, explicou.
O Partner da EY Angola destacou algumas das estratégias de mitigação de risco e captação de investimento actualmente em curso em África, como: o desenvolvimento de um quadro legislativo e regulamentar duradouro favorável aos investidores, o estabelecimento de acordos de implementação entre as empresas de projecto e o Governo; o desenvolvimento de parcerias público-privadas; as Iniciativas de organismos americanos que visam aumentar o acesso à electricidade em países da África Subsariana; o Banco Africano de Desenvolvimento que oferece instrumentos de garantia para investimentos; entre outras.