POC NOTÍCIAS | geral@pocnoticias.ao | Foto: DR |Fonte: GBAD
O Grupo Banco Africano de Desenvolvimento planeia concentrar as suas acções em duas prioridades nos próximos cinco anos: desenvolver infraestruturas sustentáveis para apoiar a competitividade económica e fortalecer a integração regional, e apoiar o desenvolvimento de cadeias de valor industriais e agrícolas para o crescimento inclusivo.
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Joseph Ribeiro, Diretor-Geral Adjunto do Banco Africano de Desenvolvimento para a África Ocidental, explica na nota informativa disponível no website da organização, que “o objectivo geral do Documento de Estratégia Nacional (CSP) 2023-2028 do Banco para a Costa do Marfim, que reforça e se baseia no do período 2018-2022, é acelerar a diversificação económica e a transformação estrutural da economia da Costa do Marfim, a fim de tornar o crescimento mais inclusivo, sustentável e resiliente aos choques”.
Segundo o documento que o POC NOTÍCIAS teve acesso, aprovado a 3 de Julho do ano em curso, em Abidjan, no primeiro domínio prioritário, o objectivo é apoiar os esforços para acelerar a transformação estrutural da economia da Costa do Marfim através da construção de infraestruturas sustentáveis e resistentes às alterações climáticas. Assim, o Banco intensificará os seus esforços para desenvolver o sector rodoviário da Costa do Marfim através do programa de abertura das zonas transfronteiriças e agrícolas, bem como de vários projectos multinacionais (Burquina Faso-Costa do Marfim-Mali, Abidjan-Acra-Lomé-Cotonou-Lagos).
O programa já divulgado pelo BAD refere ainda que, serão reabilitados 209 quilómetros de estradas e 46 quilómetros de caminhos rurais, para além da construção de postos de controlo justapostos em Prollo, Ninguni e Gbapleu (no oeste do país). Esta medida permitirá reduzir o tempo médio de viagem dos veículos, de 9 para 3 horas, nas estradas do Programa de Abertura das Zonas Transfronteiriças (fases 1 e 2) e da componente costa-marfinense do Programa Rodoviário da União do Rio Mano. O custo médio de exploração dos veículos também será reduzido de 3,08 dólares por quilómetro para 0,81 dólares por quilómetro.
“As acções do Banco contribuirão para a ambição da Costa do Marfim, uma das economias mais dinâmicas de África, de se dotar de 9.500 quilómetros de estradas alcatroadas (o número actual de estradas pavimentadas é de 7.500 quilómetros) e de melhorar a percentagem de estradas pavimentadas em bom estado, de 34% para 74%”
O programa refere ainda que no sector da energia, o Banco contribuirá para melhorar o acesso a uma energia fiável e de baixo custo, para que a Costa do Marfim possa concretizar a sua ambição de se tornar um dos principais mercados energéticos da África Subsariana até 2030. O plano consiste em alargar e densificar as redes de distribuição nas zonas periurbanas, reforçar a rede de transporte de eletricidade para aumentar a sua capacidade de distribuição e ligação de novas unidades de produção.
“Desta forma, o Banco ajudará a Costa do Marfim a aumentar a percentagem da sua população com acesso à electricidade, de 95,1% para 100%. A contribuição das energias renováveis para o cabaz energético deverá aumentar de 37,1% para 41%”
No que se refere ao segundo eixo prioritário, o Banco tenciona apoiar a aceleração da transformação estrutural do sector agroindustrial para garantir a segurança alimentar, através da melhoria sustentável da produtividade agrícola e da transformação dos produtos agrícolas e da pesca. A estratégia do Banco passa por melhorar de forma sustentável a produtividade e a competitividade das cadeias de valor agrossilvopastoris e pesqueiras prioritárias (arroz, milho, mandioca, castanha de caju, carne, manga, horticultura comercial, aquicultura) e reduzir a pobreza nas zonas rurais.
A execução deste eixo permitirá aumentar a taxa de segurança alimentar e nutricional das famílias, de 22% para 32%, e aumentar a produção dos produtos agrícolas visados (arroz, milho, mandioca) em 13,1%.
Recorde-se que em 31 de Março de 2023, a carteira ativa do Grupo Banco Africano de Desenvolvimento na Costa do Marfim incluía 45 operações com um financiamento de 2,42 mil milhões de dólares, repartidas da seguinte forma: transportes (44%), energia (23%), agricultura (18%), governação (4,7%), social (5%), finanças (2%), água e saneamento (2%) e indústria (1%).