POC NOTÍCIAS | Domingos Barros | geral@pocnoticias.ao | Foto: Cedidas
Numa curta entrevista ao POC NOTÍCIAS, Dj Malvado revelou que os novos projectos musicais “N´Gola Zomba” e “N’Gola Groove” tiveram um investimento que rondou os 22 milhões de kwanzas. Durante a entrevista o artista garantiu que formou muita gente que hoje é bem-sucedida, mas lamenta que nem todos são verdadeiramente gratos.
Porquê “N´Gola Zomba” e “N’Gola Groove”?
“N’GOLA ‘ZOMBA”, porque N’GOLA quer dizer Angola em kimbundu (língua nacional) e Zomba é também abreviação de KIZOMBA que quer dizer festa. Se fosses para o verdadeiro significado em bom português, isso significa Angola em Festa. Mas como Kizomba hoje tornou-se num estilo musical, então é Kizomba de Angola. “N’GOLA GROOVE” Batidas de Angola, também para espelhar bem aquilo que eu transmito na minha música House. Sempre com os nossos rítmos.
Fale-nos um pouco da produção destes trabalhos?
Nas minhas produções, sempre faço questão de incluir os nossos rítmos e dialectos nacionais, e por isso decidi lançar os dois EPs para marcar esta diversidade que sempre marcou os meus 30 anos de carreira e durante os quais abordei géneros como o kizomba, semba, coladera, guetho zouk, afro house e também kuduro. Os EPs foram preparados desde a pandemia e resumem a minha visão da música e da cultura colectiva.
Quantas cópias estão disponíveis para venda e de que forma a venda nas plataformas digitais estão acauteladas?
Foram feitas 1500 cópias de cada EP. Porque eu entendo que hoje o que vende é o digital, o físico é mais para quem coleciona.
Quanto tempo foi preciso para produzir os dois EPs?
Os EPs pertencem aos Álbuns que estão a ser gravados desde o início da pandemia.
Em quanto rondou o investimento para a produção e lançamento das EPs?
O trabalho feito nas EPs, com a produção toda no geral, desde as gravações, estúdios, produção, músicos participantes, executantes, edição, mistura, masterização, arte gráfica, vídeos clips, produção de CD e transporte até Luanda, ronda mais ou menos os 22 milhões de Kwanzas.
Apuramos que os novos trabalhos são o preâmbulo das comemorações dos seus 30 anos de carreira como DJ. O que representa para a sua vida profissional os 30 anos de carreira e quais têm sido os principais desafios?
Assim como toda história tem um começo, a minha também teve. Trabalhei incansavelmente para outros empresários da noite, sempre na minha humildade e com muita dedicação, conheci muita gente boa e decente, mas também conheci muita gente sem carácter e má, tenho colegas do começo da carreira que viraram grande amigos. Formei muita gente, que hoje é bem-sucedida e isso me faz ser uma pessoa feliz, embora nem todas tenham a verdadeira gratidão. Mas isso não me incomoda.
“Formei muita gente, que hoje é bem-sucedida e isso me faz ser uma pessoa feliz, embora nem todas tenham a verdadeira gratidão. Mas isso não me incomoda”
Nos últimos anos tenho trabalhado por conta própria, pois criei a minha própria empresa e o meu staff, e graças à Deus tem corrido bem. Tenho lutado para levar cada vez mais a música de Angola além-fronteiras, tenho conseguido, mas poderia ser melhor, ainda assim continuo na luta. Eu tenho como um dos maiores desafios levar a nossa música para o mundo, porém, hoje carrego a experiência e a sabedoria de 30 anos e a mesma disposição dos 16 anos.
E esses 30 anos de uma linda e inesquecível viagem, devem ainda render muitas histórias. Eu estou apenas no começo, um verdadeiro DJ renasce depois dos 40 Anos.
Quanto custa actualmente a presença do DJ Malvado para tocar em alguma actividade?
Prefiro não expor.
@pocnoticias.ao
geral@pocnoticias.ao