A empresa global de tecnologia SLB anunciou que vai inaugurar, em Novembro, o seu Centro de Excelência em Desempenho Integrado (IPX) em Luanda. O anúncio foi feito durante um workshop da pré-conferência da Angola Oil & Gas (AOG).
Destinado a abranger todo o ciclo de vida dos projectos de petróleo e gás em Angola, o centro vai facilitar a eficiência da produção, enquanto reduz as perdas produtivas. Além disso, o centro tem como objectivo maximizar a recuperação económica dos campos de petróleo e gás bem desenvolvidos em Angola, ao mesmo tempo que promove o desenvolvimento de competências locais e a criação de um sistema energético equilibrado.
“Este centro vai relacionar-se eficazmente com os operadores e clientes locais [em Luanda] e também na região”, afirmou Rajesh Trivedi, Gestor de Desenvolvimento de Negócios de Fluxos de Trabalho de Produção da SLB Europa e África. “Queremos um centro de desempenho colaborativo para abordar e aplicar tecnologia nos desafios locais através de uma parceria colaborativa”, adiantou.
Activa em Angola há mais de 90 anos, a SLB apoia o desenvolvimento de campos, bem como a exploração nas bacias de petróleo e gás do país. A empresa lançou a Plataforma Lumi em Setembro do ano passado, com o objectivo de integrar aplicações upstream e midstream com um fluxo contínuo de dados provenientes de modelos de IA. A plataforma oferece uma solução de ciclo de vida completo, integrada com capacidades de gestão de dados, permitindo uma tomada de decisão baseada em dados para os operadores e clientes locais no sector de petróleo e gás em Angola.
Entretanto, a SLB desenvolveu um conjunto de dados abrangente que cobre 40.000 km² na Bacia do Kwanza offshore de Angola. A empresa fundiu 11 conjuntos de dados existentes para criar um pacote de dados único, melhorando assim a compreensão geológica da área. Isto serve para mitigar riscos antes da Ronda de Licitações de 2025, que será lançada, em Angola, no primeiro trimestre do próximo ano.
De acordo com Sugandha Tewari, Líder de Exploração da SLB para a Europa e África, “agora, através do novo conjunto de dados, conseguimos ver para além dos diferentes blocos e identificar problemas que possamos encontrar. Gerámos dados coerentes, o que nos permite revisitar a nossa compreensão da bacia. Isto ajuda-nos a identificar potenciais pistas e prospectos em diferentes países e blocos. Os nossos levantamentos 3D regionais permitiram-nos interpretar com muito mais confiança.”
Estes dados já apoiaram grandes projectos. De acordo com Miles Dyton, Gestor de Novos Empreendimentos da WesternGeco, os dados reprocessados no campo Golfinho – parte do projecto de águas profundas Kaminho ajudaram a TotalEnergies a avançar com o desenvolvimento do projecto.
“É importante lembrar que dados antigos não são dados maus. Novas técnicas podem ser aplicadas aos dados que já temos,” explicou Dyton.
Angola pretende aumentar a produção nacional através de várias estratégias, incluindo o aumento da exploração e o desenvolvimento de campos. Em 2024, o país lançou os seus primeiros campos marginais para exploração e espera-se que lance um programa de produção incremental para atrair o reinvestimento em ativos produtivos. O conjunto de dados abrangente da SLB e o Centro IPX vão servir para apoiar estes objetivos.