O presidente da UNITA, Adalberto da Costa Júnior (ACJ), afirmou depois de ser novamente reeleito, que o futuro de Angola começa em Agosto do próximo ano e que a sua eleição pertence a todos os angolanos, que anseiam pela mudança e pela alternância democrática.
POC Notícias: Fábio Domingos
Foto: D.R
ACJ, candidato único à liderança da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), foi neste Sábado, eleito com 96,43% dos votos dos mais de mil delegados presentes, depois de ter sido afastado na sequência de uma decisão do Tribunal Constitucional que declarou nulo o XIII Congresso realizado em Novembro de 2019, onde tinha sido eleito representante máximo do partido.
Ao celebrar esta segunda vitória, ACJ afirmou que esta pertence também “a todos os angolanos, que anseiam pela mudança, pela alternância democrática e por uma verdadeira democracia” e declarou que a UNITA é um partido de jovens e do futuro.
Do total de eleitores, foram validados 1081 votos (96,43%), tendo sido contabilizados 26 votos em branco (2,32%) e três nulos (0,27%). No seu discurso após a tomada de posse, já depois das 21:00, que marcou o encerramento do XIII Congresso e o culminar de mais uma jornada longa depois de três dias de trabalho, o dirigente sublinhou que este “dia de festa” provou o “desagrado” dos angolanos perante o acórdão que ditou a anulação do conclave realizado dois anos antes.
“Este segundo XIII congresso ordinário mostrou também que o partido pertence aos seus militantes e são estes que decidem democraticamente o que o partido quer e o que partido fará”, destacou o político, avisando: “não será o governo [MPLA] ou qualquer grupo minoritário que poderá impor as suas decisões”, numa alusão aos militantes suspensos preventivamente por questões disciplinares.
“Não será o governo [MPLA] ou qualquer grupo minoritário que poderá impor as suas decisões”
O novo líder da UNITA reforçou ainda que “Hoje, com a mesma determinação de 1966, renovamos o nosso compromisso de servir Angola e os angolanos em primeiro lugar”, disse ACJ, realçando que se recandidatou com o propósito de liderar a Unita para a governação do país.
“Este é um novo começo, dois anos depois de ter vencido um congresso plural e democrático”, prosseguiu, acrescentando que hoje os desafios do país apresentam-se mais difíceis, face à degradação do tecido político, económico e social.
ACJ deixou ainda uma palavra de apreço ao presidente cessante que “herdou uma ingrata missão”, tendo Isaías Samakuva também declarado o seu apoio ao presidente reeleito.
Samakuva, que discursou antes de ACJ, afirmou que a UNITA deu neste congresso “mais uma prova de vitalidade” e que “apesar das interferências externas” conseguiu ultrapassar uma fase muito complicada da sua historia, da qual saiu “com mais força, mais vitalidade e mais pujança.
Recorde-se que o XIII Congresso Ordinário da UNITA decorreu entre Quinta-feira e Sábado no complexo SOVSMO em Viana (Luanda) e contou com a participação de 1140 delegados dos 1150 previstos, já que nove militantes foram entretanto suspensos.